Resumo |
Este trabalho apresentará algumas reflexões a partir das constatações sobre o uso de pronomes tônicos ele(s) / ela(s) e él(los) / ella(s) para cumprir a função de Objeto Direto (OD) na produção não nativa de brasileiros estudantes de espanhol e de falantes de espanhol (argentinos) estudantes de português. Como já foi constatado em pesquisas anteriores, entre as quais destacamos González ( 1994) e Groppi (1997), a forma de preenchimento do OD anafórica e do sujeito tiveram uma evolução diferente em Português Brasileiro (PB) e em Espanhol (E). Sabe-se que o OD anafórico apresenta variação na evolução e uso tanto do PB quanto do E. Além disso, não estão presentes no PB as restrições presentes em outras línguas latinas no que se refere ao uso do pronome tônico (Galves, 2001): (i) o referente do pronome tônico de 3ª pessoa é necessariamente [+humano] e (ii) o pronome tônico não faz referência a um tópico, pois é interpretado como foco, informação nova ou contrastiva. O uso dos pronomes é um item que apresenta instabilidade e permeabilidade que, na aprendizagem de língua estrangeira, poderá gerar estruturas idiossincráticas reveladoras. A partir de produções orais coletadas junto a estudantes adultos de espanhol/LE no Brasil e de português/LE na Argentina de cursos de licenciatura, pretende-se apresentar algumas reflexões sobre o uso dos pronomes tônicos ele/ela e él/ella no lugar dos pronomes átonos anafóricos o/a e lo/la com o objetivo de contribuir para a compreensão do processo de aprendizagem do português e do espanhol como línguas estrangeiras . Na produção em LE de brasileiros aprendendo o espanhol e de argentinos aprendendo o PB, podemos notar que os estudantes considerados proficientes apresentam formas peculiares de preenchimento do argumento interno do verbo transitivo, o OD anafórico. Isso faz com que eles, ao mesmo tempo, se distanciem e se aproximem da língua alvo. |