Resumo |
As pesquisas feitas na área da Sociolinguística propiciam um conhecimento profundo do aspecto mutável da língua, que pode ser desencadeado tanto por fatores linguísticos quanto extralinguísticos. Essa concepção de língua traz grandes benefícios à Educação, não só no que diz respeito à apropriação de conhecimento por parte do aluno, mas também à sua formação como cidadão. Por isto, o nosso objeto de trabalho é a divulgação científica na escola de alguns conceitos da Sociolinguística. Muitos linguistas compartilham desta visão ao trabalhar com a noção de Educação Linguística, dentre eles Bagno e Rangel (2005). Eles alertam para a urgente necessidade de desenvolver práticas educacionais que contemplem a diversidade linguística a fim de assegurar os direitos linguísticos dos discentes. O objetivo de Bagno e Rangel (2005) é propiciar reflexões linguístico-sociais que gerem ações educacionais. Preocupados em sermos agentes neste processo, em 2012, criamos o Labirinto da fala, um ambiente lúdico e interativo em que, de forma descontraída, debatemos com os alunos a respeito dos seguintes temas: variação social, noção de certo e errado na língua, razões sociais e históricas que elegeram uma norma-padrão, regularidades das variedades linguísticas, entre outros. As reflexões desencadeadas a partir desses temas conduzem à compreensão de que todas as variedades têm o mesmo valor linguístico. Para aperfeiçoar nossas ações educacionais estamos reformulando o Labirinto da fala à luz dos estudos relacionados à Pesquisa-Ação. A Pesquisa-Ação é uma ferramenta de investigação-ação, através da qual podemos descobrir meios efetivos de introduzir uma Educação Linguística eficaz e testá-los na prática. Essa ferramenta tem uma natureza iterativa, o que nos permite sempre reformular nossas práticas a fim de alcançar nossos objetivos. Uma característica latente desse tipo de pesquisa é a preocupação em conhecer a sociedade para buscar formas de desencadear transformações na mesma (Franco, 2005). Por isso é fundamental investigar a situação real do ensino linguístico, para então elaborar formas de conduzir a mudança na sua prática. Com a nossa Pesquisa-Ação, propagamos a valorização de todas as variedades linguísticas, o que traz como benefício o reconhecimento dos próprios falantes, gerando tolerância e compreensão, além de aumento de igualdade e oportunidade. Dessa forma, nossa missão é preservar o dever da Escola de ensinar a norma-padrão, além de exigir o direito dos alunos de terem suas variedades linguísticas reconhecidas, e de aprenderem a adequar sua fala à situação comunicativa. Assim, a Pesquisa-Ação nos apontará a direção em busca de uma Educação Linguística sem preconceitos. |