Resumo |
Apesar das abordagens atuais terem avançado para uma concepção de ensino de gêneros para além de tipologias e classificações, por um outro lado, as atividades propostas pelos livros didáticos têm dado preferência a gêneros tipicamente da escrita, buscando, prioritariamente, o desenvolvimento da produção de textos escritos em detrimento de produções orais. É evidente por parte de muitos autores e editoras um desprestígio no tratamento dos gêneros da fala, destinando poucas páginas para a oralidade, o que em parte tem sido reflexo da ausência de políticas educacionais que visem o trabalho com gêneros orais. Nas etapas de formação dos professores parece também haver uma lacuna no tratamento da questão. O movimento que se tem percebido é a partir dos documentos oficiais como os Parâmetros Curriculares Nacionais, o catálogo do PNLD e as Orientações Curriculares do Ensino Médio, que vêm reivindicando a importância do uso da linguagem oral na vida cotidiana. Muitos pesquisadores já atentaram para a importância de dos gêneros textuais e sua relação com as práticas sociais. Assim, é posta para a escola a tarefa de tornar os alunos aptos para as diversas atividades da vida cotidiana que são permeadas pela linguagem, e para isso os PCNs apontam como diretrizes o trabalho com os gêneros textuais. Neste trabalho, buscamos investigar como foi proposto o trabalho com os gêneros orais e as atividades de reflexão sobre a língua falada no livro didático Português - Linguagens, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães (2012), 8a. ed., vol. 1 do Ensino Médio, tendo como referencial as exigências e recomendações do catálogo do PNLEM 2012, as Orientação Curriculares do Ensino Médio(2006) e as recomendações de Marcuschi (2001) para o estudo da fala em sala de aula. Para uma análise da didatização do gênero seminário, recorremos às propostas de Dolz et al (2010), que tratam dos gêneros expositivos, bem como ao esquema de sequência de didática, conforme Dolz, Noverraz, Schneuwly (2010). |