Resumo |
O objetivo deste trabalho é analisar a (não)progressão dos tópicos linguísticos em livros didáticos, tomando como referência para tal os livros do 6º ao 7º ano da coleção Português Ideias & Linguagens (14 ed, 2012), das seguintes autoras: Dileta Delmanto e Maria da Conceição Castro. Essa análise objetiva não só investigar como estão selecionados e articulados os conteúdos linguísticos nos livros citados, mas também observar como a progressão interna dos conteúdos gramaticais no livro didático está organizada, pois, de acordo com o PNLD (2009), é fundamental que o livro didático atenda, de acordo com a organização didático-metodológica, a critérios como a seleção e a articulação de conteúdos de forma a garantir a progressão do ensino-aprendizagem, respeitando, então, a progressão necessária para que o aluno reflita, conheça, reconheça e use adequadamente os recursos da língua. Do ponto de vista teórico nos apoiaremos em autores como Antunes (2004, 2007), Bagno (2010), Brito (2012), Perini (2011), Possenti (2012),Travaglia(2009,2011) e Neves (2002,2004, 2005). Segundo Antunes (apud BAGNO, 2012, p.118), a língua é um fato social, um saber coletivo, que existe em função da interação do indivíduo com os seus pares. Então, é fundamental que esses pares compartilhem as mesmas regras que regem o funcionamento da língua, porque o objetivo da língua materna é desenvolver a competência comunicativa, sendo a linguagem uma forma de interação e o texto, um conjunto de marcas, de pistas que funcionam como instruções para o estabelecimento de efeitos de sentido numa interação comunicativa, tendo a linguagem de forma reflexiva. Diante do exposto acima, propõe-se um ensino de gramática voltado para uma gramática de uso e para uma gramática reflexiva, com o auxílio um pouco de uma gramática teórica e normativa, mas tendo sempre em mente a questão da interação numa situação específica de comunicação. Isso possibilita trabalhar com orientações importantes acerca do ensino de gramática que deve ser feito com ênfase na gramática de uso, reflexiva, teórica e normativa. Logo, não podemos deixar, enquanto professores de Língua Portuguesa, que o ensino de gramática seja apenas transmitir as regras de uma gramática normativa, assemelhando-se a regras de etiqueta, expressando uma obrigação e uma avaliação do certo e do errado, fazendo uso de uma metalinguagem técnica. |