Resumo |
Esta pesquisa, que é resultado de uma pesquisa de doutoramento, já concluída, baseou-se no fundamento de que as práticas econômicas estabelecidas nos primeiros tempos do Brasil, ainda como colônia de Portugal, possuem relevância tão marcante que o estudo de sua evolução terminológica pode vir a lançar luz sobre esferas de nosso desenvolvimento histórico-social. No cenário do Brasil colonial, a área da Economia, ainda antes de seu estabelecimento como ciência moderna, é adotada como objeto desta pesquisa para delinear aspectos da história da formação do Português do Brasil por meio do estudo da variação diacrônica de uma linguagem de especialidade. Para atingir esse objetivo, além da devida contextualização histórica, foram adotados procedimentos metodológicos que se basearam na observação de um corpus da Economia referente a esse período. Nossa base informatizada reuniu textos produzidos no Brasil, ou sobre o Brasil, entre o século XVI até o século XVIII, que tratavam das atividades consideradas econômicas desenvolvidas na colônia de Portugal. A nossa análise percorreu uma trajetória diacrônica, por meio da qual foi possível detectar elementos de variação entre diversos termos do Brasil colonial. Foram eleitos alguns termos econômicos que margeassem principalmente o universo fiscal, tais como quinto e dízimo e dízima. Os diversos tipos de variações terminológicas que tais termos sofreram naquele período, e que foram elencados nesta pesquisa, refletiram tanto o traço de grande dinamicidade da língua portuguesa do Brasil daqueles tempos, como a característica muitas vezes desordenada e caótica da administração colonial que vigorava no Brasil. Conclui-se que estudar a dinâmica do léxico de uma linguagem de especialidade, o qual reúne aspectos centrais de uma cultura no decorrer de um período, como o elegido aqui, pode contribuir não só para captar e documentar a história de uma sociedade como, também, para ampliar o conhecimento linguístico. (Apoio financeiro da Fapesp - Processo 2009-14240-8) |