Resumo |
A presente comunicação procura discutir a leitura da linguagem verbo-visual como recurso importante para a formação de leitores críticos. Nas diversa esferas de produção e circulação de gêneros discursivos, as imagens verbo-visuais têm sido preponderantes na constituição de sentido dos enunciados. Por isso, torna-se imperativo que a escola promova a leitura de tais enunciados de modo integral, considerando os sentidos implícitos que perpassam pela materialidade sígnica que os compõem. Sendo assim, esta proposta comunicativa tem por objetivo apresentar a leitura da linguagem verbo-visual de duas capas de revista, consideradas gêneros discursivos na perspectiva da análise dialógica do discurso. Pela análise da materialidade verbo-visual, procura-se explicitar os sentidos implícitos que perpassam pela trama discursiva, observando o tom valorativo que por eles perpassam, representando a posição ideológica não só dos enunciadores que representam a equipe de produção como também da empresa. A teoria que fundamenta a análise está calcada nas reflexões de Bakhtin e do Círculo, em especial nos gêneros discursivos da Estética da criação verbal (2003), demonstrando como na escolha do tema, na forma composicional e no estilo, responsáveis pela estabilidade do gênero, estão imbricados o tom valorativo que perpassa por tais enunciados. A leitura da linguagem verbo-visual encontra apoio na obra Sintaxe da linguagem visual (DONDIS, 2003) e na leitura de imagens fotográficas da obra Realidades e ficções na trama fotográfica (KOSSOY, 2002). Quanto às cores que preenchem os signos visuais, toma-se como referência as obras de Luciano Guimarães ( Para cumprir essa proposta, foram selecionadas duas capas da revista Veja, a ed. 2189, ano 43, nº 44 de 03 nov. 2010 e a ed.2056, ano 41, nº 15 de 16 abr. de 2008. Pela análise da linguagem verbo-visual que constituem os enunciados de capa, discutem-se o tema, a forma composicional e o estilo, bem como as relações intergenéricas entre capa e charge. Espera-se com essa discussão contribuir para o ensino de leitura da linguagem verbo-visual bem como para a concepção de gêneros discursivos, escapando de atividades mecanicistas de leitura e interpretação. |