Resumo |
A renovação do léxico das línguas, conseqüência da morte de palavras que caem em desuso, do surgimento de novos vocábulos, bem como da mudança de sentido de outros, é constante nas línguas naturais. É interessante observar as diferenças de sentido que itens lexicais semelhantes (que possuem o mesmo étimo), de diferentes idiomas, assumem ao longo do tempo. Esse complexo processo é bem compreendido especialmente quando o léxico das línguas é estudado em uma perspectiva diacrônica. Vários teóricos se propuseram a esclarecer algumas causas ou circunstâncias que podem contribuir para a ocorrência deste fenômeno, o qual tem favorecido a evolução da semântica lexical das línguas, dentre os quais, Meillet (1948), Ullman (1977), Preti (1977) e Rohlfs (1979). Neste sentido, com base em algumas considerações feitas por Ullman (1977), Rohlfs (1979) e Garcia (2010), propomos investigar unidades lexicais formalmente semelhantes, pertencentes a diferentes línguas estrangeiras, que apesar de terem tido a mesma origem (serem cognatas), seus sentidos desviaram-se consideravelmente dos significados originais que elas possuíam outrora. A título de exemplo, ilustramos com os itens lexicais do inglês e do italiano, respectivamente: assist x assistere; attend x attendere; argument x argomento; apology x apologia; camera x camera; cucumber x cocomero; fabric x fabbrica; factory x fattoria; firm x firma; journal x giornale; library x libreria; magazine x magazzino; parent x parente; preservative x preservativo; pretend x pretendere; vacancy x vacanza, para citar apenas alguns. Apesar de o inglês não pertencer ao tronco linguístico das neolatinas, como é o caso do italiano, aquele idioma também sofreu influência românica. Um outro objetivo desta investigação é estabelecer uma distinção entre vocábulos que são verdadeiramente |