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Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: Questões Enunciativas: análise linguístico-discursiva da novela “Max e os Felinos”, de Moacyr Scliar.
Autor(es): Luci Cleide Cardoso. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Enunciao,Discurso,Estilstica
Resumo Propõe-se, neste projeto de pesquisa, a análise da novela de Moacyr Scliar (1937-2011), Max e os Felinos (1981, L&PM, Porto Alegre), para tanto, a linha teórica adotada é a da Enunciação, proposta de maneira inovadora no campo linguístico por Émile Benveniste (1902-1976), por meio da obra Problèmes de Linguistique Générale, publicada em dois volumes (1966 e 1974). Atentando-se a finalidade, também estão inclusas no trabalho as obras de Dominique Maingueneau (1950), Elementos de Linguística para Texto Literário (1996) e Nilce Sant’anna Martins, Introdução à Estilística (1989). O objetivo desta análise é mostrar como ocorre o processo de construção e relação do “eu” (enunciador-autor/locutor/interlocutor) e o “tu” (enunciatário/alocutário/interlocutário), através de escolhas subjetivas do sujeito, na categoria gramatical verbo de elocução, que atribui maior ou menor subjetividade, por tanto maior ou menor envolvimento, comprometimento, entre o “eu” e o “tu”, além da epifania de sentidos e mistérios revelados por este mecanismo de linguagem. As escolhas léxicas determinantes na construção e relação do “eu” e o “tu” numa trama narrativa, são bastante abrangentes, por isso, opta-se, em especial, pela análise e aprofundamento dos verbos de elocução, que “têm não só uma grande importância por sua função de estabelecer um elo entre enunciados de diferentes enunciações, como também um relevante valor estilístico, dada a sua variedade e riqueza de matrizes semânticos.” (MARTINS, Nilce Sant’anna, 1989, p.199) e pelos sinais diacríticos (travessão, aspas, dois pontos, itálico ou grifo, etc), que revelam e expressam a intenção do enunciador, seja em determinar fidelidade, veracidade, ou dar ênfase (ironia ou dúvida) ao enunciado do discurso citado, o que corrobora para a construção do “eu” e o tipo de relação estabelecida com o “tu”. Necessário esclarecer que na novela “Max e os Felinos”, o autor não é o único a dizer “eu”, a personagem (Max) também assume atos de enunciação, como “locutor”, em melhores palavras Maingueneau esclarece que se trata de um recurso, “a personagem –‘locutor’”, que pode inclusive dar voz a outras personagens dentro de sua própria esfera narrativa, todavia a responsabilidade por essas falas são do autor. Durante a pesquisa, realmente o corpus revelará essas três instâncias do “eu” e do “tu”: o “eu” enunciador, que estabelece relação com o “tu” enunciatário; o “eu” narrador que estabelece relação com o “tu” narratário; e o “eu” interlocutor que estabelece relação com o “tu” interlocutário. Tais questões pertencem ao campo da polifonia, trazido à baila para alicerçar o tema-problema.