logo

Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: A relação entre língua e rede social na fala adolescente
Autor(es): ELIANE VITORINO DE MOURA OLIVEIRA. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 08/05/2024
Palavra-chave Redes sociais,Adolescentes,Variao e ensino.
Resumo O homem vive em sociedade, interagindo com o outro por meio da linguagem. Expressando-se por intermédio da língua, falada ou escrita, o indivíduo se faz integrante de um grupo social, identificando-se com este ao utilizar a variedade comum ao grupo, ou afastando-se ao expressar-se de forma contraditória. Em se tratando de falares populares, a identificação com o grupo se faz ainda mais notória, uma vez que parece ser mais lento o processo de socialização linguística para os integrantes de classes menos favorecidas financeira e socialmente. Com base nos estudos da Sociolinguística, trabalhando com a análise de redes, ferramenta analítica proposta por Lesley Milroy (1980) e adaptada para a realidade brasileira por Bortoni-Ricardo (2010), já que se apresenta como um modelo dinâmico de abordagem da mudança linguística, este trabalho visa a (i) observar os fatores que atuam para a manutenção das variedades não padrão em uma comunidade linguística determinada, notadamente de fala rural, por meio do acompanhamento a dois grupos de jovens, que estudam em uma escola denominada “do campo”, (ii) e estabelecer quais papéis desempenham as redes sociais na manutenção ou mudança de seu padrão linguístico, visando a responder a questões como: “que rede de relacionamento têm maior peso na manutenção ou mudança da variedade linguística característica e identitária dos adolescentes em favor da norma urbana de prestígio? Haveria grande diferença na variedade utilizada pelos moradores da zona central do Distrito e os moradores da zona rural? Como trabalhar com essas especificidades dentro da sala de aula? Procuraremos responder a essas questões por meio da análise da fala desses adolescentes, observando como se expressam quando alocados em suas diversas redes de interação social como escola, igreja, trabalho, família etc. Serão escolhidos, por meio de análise in loco das interações diárias na escola, quatro adolescentes, dois de cada sexo, sendo dois moradores da zona central de um distrito da cidade de Londrina e dois moradores da zona rural deste mesmo distrito. Pretendemos, com tal observação, ter um maior conhecimento sobre a configuração da fala de adolescentes em comunidades rurais, para, com isso, colaborar para uma proposta de ensino de Língua Portuguesa condizente com a realidade desses indivíduos.