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Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: O discurso metafísico-existencial em Hilda Hilst
Autor(es): Nilze Maria de Azeredo Reguera. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 08/05/2024
Palavra-chave vanguardas,alegoria,materialidade
Resumo Investiga-se em que medida em "Fluxo-floema", obra que marca a estreia de Hilda Hilst na prosa, destaca-se um tipo de texto que reiteradamente dialoga com o projeto literário moderno, especialmente com a noção de “jogo” e com a materialidade da folha em branco, oferecendo ao leitor uma forma paradoxal de contato com a língua, entendida como “sistema de comunicação” e “órgão do corpo”. Lançados originalmente em 1970, os cinco textos que compõem essa obra dinamizariam um tateio com esses elementos, promovendo um acirrado redimensionamento falacioso e/ou irônico dos mesmos. É assim que neles há a recorrência de um indivíduo que sempre se coloca na posição de um escritor e, por essa razão, sempre se depara com a língua e os sentidos dela decorrentes: a urgência ou a necessidade socialmente imposta de verbalização; o embate com o texto que apresenta ou que almeja apresentar; a relação com o próprio corpo e com o corpo das demais personagens. No caso de “Floema”, objeto desta investigação, a relação das personagens com a materialidade da língua, seja ela palavra ou corpo, é exemplificada pelo diálogo ou pelo contato, por vezes tenso, por vezes sedutor, entre a divindade ou o criador e o humano. A partir da análise da relação das personagens com a materialidade, é nosso intuito observar de que maneira se desenvolveu um discurso metafísico-existencial em Hilst e como ele marcaria a sua produção. Corporificado na relação entre o humano e o divino, esse discurso, também construído numa tradição, é reconfigurado, caracterizando uma perquirição embasada num contraste alegórico na e a partir da espacialidade ou materialidade do texto, da língua. Nesse sentido, entre a verticalidade e a horizontalidade, as minúsculas e as maiúsculas, o preenchido e o vazio, o divino e o humano, a sedução, a violência e a ironia caracterizariam o discurso metafísico-existencial em Hilst, diferenciando, então, a prosa da autora das tendências em voga.