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Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: A produção de gêneros escolares em contexto escolar: características linguísticas
Autor(es): Geovana Carina Neris Soncin Santos. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 08/05/2024
Palavra-chave Gneros Discursivos ,Escrita,Pontuao
Resumo Este trabalho tem como objetivo abordar o estatuto discursivo dos textos produzidos em contexto escolar a partir da perspectiva dialógica, proposta por Bakhtin (1992). Ao assumirmos essa abordagem teórica, entendemos que a “unidade” denominada texto se configura como enunciado concreto, constituído a partir de uma historicidade e, da mesma forma, de uma situação de produção imediata, para a qual é indispensável uma imagem de interlocutor e um horizonte social de direção da palavra. A produção dos enunciados, por sua vez, se dá a partir de esferas de atividade humana, as quais os condicionam ao lhes atribuir características relativamente estáveis. Analisar os textos produzidos por alunos no interior da instituição escolar a partir dessa abordagem, portanto, implica considerar de que maneira a esfera escolar “estabiliza” os textos produzidos no interior dela, atribuindo a eles traços característicos. Esses traços, por sua vez, atuam simultaneamente com outros traços que constituem os mesmos textos: os traços das esferas potenciais de circulação dos gêneros discursivos produzidos, pois, no ambiente escolar, procura-se introduzir diferentes gêneros: narrativas, relatos, cartas, notícias, etc. Considerando essas variáveis que constituem a produção dos textos escolares, procuramos, em nossa análise, a partir de marcas linguísticas e, em especial a partir dos indícios observáveis por meio do emprego dos sinais de pontuação, evidenciar como a imagem de interlocutor e a imagem do meio de circulação do texto que neles estão presentes, as quais são difusas no contexto escolar pelas características aqui já descritas, condicionam os enunciados dando-lhes forma. Nessa análise, considerando as condições de produção dos textos produzidos em ambiente escolar, argumentamos ainda que os gêneros produzidos na escola são variantes dos mesmos gêneros produzidos fora dela, no entanto, esse estatuto não deve ser visto como algo inferior ou superior, mas como efeito da situação, do tempo e do lugar sócio-histórico em que são produzidos. Para além da teoria bakhtiniana, como ponto de partida para a reflexão que propomos, nos aproximamos da discussão feita por Boré (2007), a qual propõe, para a análise de textos escolares, uma distinção entre gêneros prescritos, gêneros lidos e gêneros produzidos. O córpus deste trabalho é constituído de textos dissertativos escritos por alunos de 8ª série/9º ano do Ensino Fundamental, os quais integram o Banco de Dados de Produções Escritas do Ensino Fundamental, disponível na UNESP, no câmpus de São José do Rio Preto.