logo

Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: ODORIQUÊS, ODORICADAS, ODORIQUISMOS: O PROCESSO NEOLÓGICO DE ODORICO PARAGUAÇU COMO FORMA DE CARNAVALIZAÇÃO DA LINGUAGEM ESTEREOTIPADA DA POLÍTICA
Autor(es): DANIELLE CHRISTIANE DA SILVA VIVEIROS. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 08/05/2024
Palavra-chave Filme O Bem Amado,Neologismos,Carnavalizao
Resumo Considerando-se que argumentar é a arte de convencer e persuadir e que o verdadeiro sucesso depende da habilidade de relacionamento interpessoal, da capacidade de compreender e comunicar ideias e emoções, elabora-se este trabalho visando contribuir no desenvolvimento de estudos ligados aos recursos argumentativos da linguagem verbal nos discursos políticos. Sabe-se que os políticos são oradores que adoram exceder-se na utilização dos recursos metafóricos, figuras de som e neologismos para conseguirem convencer o eleitorado e para impressioná-lo “atropelam a gramática” no afã de “falar bonito”, tornando seus discursos por vezes cômicos e exagerados. Desse modo, o objetivo deste trabalho é analisar os neologismos presentes nos discursos políticos do personagem principal Odorico Paraguaçu, criado pelo dramaturgo Dias Gomes, vivido por Paulo Gracindo na televisão e por Marco Nanini no filme “O Bem Amado” (2010), bem como uma leitura ideológica contida na discursividade. Para isso, algumas cenas do filme e suas ideologias foram analisadas a partir da pesquisa bibliográfica feita, tendo em vista, basicamente, a competência comunicativa e a teorização bakhtiniana de linguagem e ideologia. Neste trabalho, o riso carnavalesco da linguagem também foi alvitrado já que está interligado às ideologias que emanam dos discursos políticos. Sendo assim, o estudo centrou-se na descrição de enunciados efetivamente realizados a fim de exemplificar a análise e também o aparato teórico. Dessa maneira, esse filme foi escolhido por ter diversas intertextualidades com os políticos da “vida real”, proporcionando a amplitude do estudo através do político fictício da cidade de Sucupira uma vez que Odorico Paraguaçu em toda a trama satiriza e parodia os políticos reais, trazendo para a obra o cômico, além da característica da polifonia em seus diversos discursos. Por outro lado, suas características discursivas e linguísticas agradam à população em geral, tanto que é isso que lhe confere o carisma de que desfruta. Vê-se o reconhecimento de que as “falhas gramaticais” tanto criticadas não impedem o sucesso de seus discursos. Amparado pelas possibilidades da paródia, o discurso de Odorico, ora proferido oficialmente, ora informalmente, traduz, por meio do “absurdo”, a realidade brasileira. No microcosmo Sucupira, os valores são os mesmos que aqueles sustentados no macrocosmo Brasil, porém licenciados pela livre fantasia e pela excentricidade. O prefeito, por meio de seu discurso opulento e neológico, perpetua seu poder e difunde as ideias que o legitimam.