| Resumo |
Os trabalhos sobre ensino de Língua Portuguesa no Brasil têm se defrontado frequentemente com a contradição entre uma bibliografia propositiva que já é sólida e abundante e as dificuldades de implementar políticas de formação de professores que gerem resultados igualmente sólidos e profusos. É nesse cenário que se insere nossa discussão sobre o fazer singular dos estudantes de graduação no momento de suas produções, as quais acabam por ser meras reproduções de teorias e não um processo verdadeiro de reflexão sobre a linguagem. O presente trabalho procura contribuir para a compreensão desse impasse, no sentido de propor uma descrição de como a autoria do professor em formação é colocada em jogo nas disciplinas de Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa MELP. Para tanto, o trabalho divide-se em duas frentes: a) pesquisa documental, que consiste no levantamento e análise de Projetos Pedagógicos de três cursos de Licenciatura em Letras da região metropolitana de Belém, bem como dos currículos e ementas das atividades curriculares de cunho pedagógico presentes nesses cursos; e b) pesquisa de cunho etnográfico, que consiste na reunião e análise de diários de campo que descrevem as práticas de ensino realizadas em algumas dessas atividades. Pautamo-nos teoricamente nos postulados da Análise do Discurso, mais especificamente em Michel Foucault, partimos da compreensão de que as atividades curriculares voltadas para a docência constituem um espaço em que diferentes disciplinas ou elementos de disciplinas se articulam com exigências de ordem institucional (tempos e espaços escolares), enxergando-as, também, como um mecanismo que reflete a construção de um panorama de como a produção da própria aula está prevista nos currículos desses diferentes cursos de Licenciatura em Letras da região Metropolitana de Belém (dois de instituições públicas e um de instituição privada) e como ela é realizada nas práticas de ensino de disciplinas de metodologia do ensino. |
