Resumo |
Esta comunicação é parte do trabalho desenvolvido no projeto de mestrado, junto ao Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Londrina, vinculado ao projeto PHPP - Para a História do Português Paranaense: estudos diacrônicos em manuscritos dos séculos XVII a XIX, fase II, sob a coordenação da professora Drª. Fabiane Cristina Altino. Nesta pesquisa, buscamos algumas respostas para os casos de alçamento de vogais médias pretônicas (e/o) no português brasileiro. Dessa forma, descrevemos e analisamos o léxico diacrônico em documentos escritos em território paranaense, que se configuram como o patrimônio linguístico de que dispomos para subsidiar as investigações de estado de uma língua em determinada época. Seguindo os preceitos da Linguística Histórica, que busca teorizações sobre as mudanças linguísticas em geral, ancoramo-nos em sua subárea sócio-histórica, strictu sensu, que considera fatores intralinguísticos e extralinguísticos ou sociais, dependente diretamente da filologia (MATTOS E SILVA, 2008). Sendo assim, centrando-nos na abordagem funcionalista, vendo na língua um instrumento de comunicação, que, como tal, não pode ser analisada como um objeto autônomo, mas como uma estrutura maleável, sujeita a pressões oriundas das diferentes situações comunicativas, que ajudam a determinar sua estrutura gramatical. (MARTELOTTA & KENEDY, 2003, p. 20). O corpus deste estudo é composto de documentos oficiais manuscritos inéditos dos séculos XVIII e XIX, pertencentes à cidade de Castro, Paraná, que, em uma primeira edição, evidenciaram casos de alçamento de vogais na grafia de alguns escribas, como logar por lugar, e divolutos por devolutos. Viegas (1995, p. 102) utiliza os estudos de Fernão de Oliveira (1975 [1536]) para explicar que esse processo é antigo no português e, no português do Brasil caracteriza diferenças dialetais. Dessa forma, configuram-se como objetivos específicos (i) equacionar a frequência de utilização de um item lexical em determinado grupo social, e (ii) discutir o ambiente favorecer do alçamento. Para isso, avaliamos a questão do estilo do documento analisado e a história da palavra alçada. Fundamentamos nossas análises em autores como Bisol (1981), Abaurre (1981), Castilho (1994, 1998), Viegas (1995), Mattos e Silva (1998, 2006, 2008), Cabral (2003), Cambraia (2005), Aguilera (2007, 2009), entre outros. Pretendemos contribuir para a continuação dos trabalhos que já estão sendo feitos no projeto supracitado, bem como buscar a recuperação da memória linguística contida no patrimônio cultural escrito da cultura castrense e, por extensão, paranaense.
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