logo

Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: O papel do balbucio na formação de templates
Autor(es): Maria de Fatima de Almeida Baia. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 08/05/2024
Palavra-chave templates,balbucio,sistemas dinmicos
Resumo O presente estudo investiga a relação entre a manifestação dos templates e o balbucio assumindo uma perspectiva dinâmica de desenvolvimento. Sabe-se que palavra e balbucio são produzidos simultaneamente no período da transição entre os dois períodos (ELBERS; TON, 1985). Além disso, estudos como o de Lewis (1936) e Fee e Ingram (1982) observam uma relação estreita entre balbucio e as palavras iniciais reduplicadas. A Teoria de Sistemas Dinâmicos (Thelen & Smith 1994) entende o desenvolvimento da linguagem como um processo de evolução (mindless & oportunistic), no qual as representações não são estáticas e podem ser graduais. A teoria tem influência na versão atual da Whole-Word Phonology que propõe os templates (Vihman & Croft 2007). Segundo a Whole-Word Phonology, o princípio organizador no desenvolvimento fonológico inicial é a palavra, o que explicaria as substituições fonológicas não usuais encontradas nos dados iniciais. Por trás de tais substituições, pode haver um padrão inicial operando, o qual pode ser entendido como template, i.e. padrão sistemático que facilita a expansão do léxico. Este estudo verifica a influência do balbucio na formação de templates analisando dados longitudinais de três crianças do sexo masculino: (1) M. 09- 2;0, 16 sessões/meses, 242 produções balbuciadas, 1975 tokens; (2) A. 09 – 2;0, 16 sessões/meses, 384 produções balbuciadas, 697 tokens; (3) G. 0;10 – 2;0, 15 sessões/meses, 274 produções balbuciadas, 939 tokens. Os tokens são compostos por produções selecionadas, produções de acordo com a forma-alvo, e adaptadas, distorções da forma-alvo. Após análise dos dados, foi possível verificar variação entre os sujeitos, o que oferece respaldo ao pressuposto da perspectiva dinâmica que prevê variabilidade no desenvolvimento fonológico. M. foi a criança que produziu menos balbucio tardio, e os templates preferenciais foram reduplicação e sílaba CV. A. produziu mais balbucio tardio que M. e fez uso dos templates reduplicado, V.ˈCV e ˈC1V1.C2V2. G. foi a criança que mais produziu balbucio em sessões tardias, e os templates usados foram reduplicação, CV, ˈV.CV e C1(velar)V1. ˈC1(velar)V1 e C1(velar)V1.ˈC1(velar)V. No que se refere à influência do balbucio, observou-se a predominância do template reduplicado principalmente nos dados de G., que fez uso de reduplicações e produziu balbucio em sessões tardias. Verificou-se influência do balbucio na formação e emergência de templates.No entanto, como será apresentado em um estudo futuro, características da tipologia de língua também influenciam na formação de templates.