Resumo |
O objetivo desta apresentação é mostrar os resultados da investigação das construções causais, nos domínios da forma e do significado, em uma amostra longitudinal de textos de diferentes gêneros, produzidos pelos mesmos alunos, ao longo dos quatro anos do segundo ciclo do Ensino Fundamental (EF). A partir de um modelo funcionalista de junção (HALLIDAY, 1985; RAIBLE, 2001) e de um posicionamento teórico específico sobre escrita (CORRÊA, 2004) e sobre letramento (STREET, 2003), procuraremos descrever aspectos do modo como os escreventes se inserem nas regras da língua, particularmente nas regras que levam à realização variável das relações de causa. Esse objetivo maior será concretizado pela consolidação da análise das construções de causa, considerando o cruzamento entre as opções: i) do eixo tático (parataxe, hipotaxe e subordinação); ii) do eixo das relações de sentido (causa-efeito, fato-explicação e asserção-conclusão); e iii) do eixo dos domínios pragmáticos (conteúdo, epistêmico e ato de fala cf. Sweetser 1991). Investigaremos, também, em que medida o gênero ou a(s) tradição(ões) discursiva(s) em que os textos se inserem ajudam a explicar a frequência e os tipos de esquemas de causalidade encontrados e, na direção inversa, avaliar até que ponto os esquemas de junção causal ajudam a delimitar as tradições discursivas. O corpus consiste em 130 produções textuais de cinco escreventes coletadas ao longo dos anos de 2008, 2009, 2010 e 2011, possibilitando a observação e análise do processo de aprendizagem e uso dos mecanismos de junção indicadores de causa. Os textos foram produzidos e coletados no âmbito do Projeto de Extensão Universitária Desenvolvimento de oficinas de leitura, interpretação e produção textual (PROEX) vinculado à UNESP, campus de São José do Rio Preto e coordenado pelas Profas. Luciani Tenani e Sanderléia Longhin. Os resultados parciais sinalizam que os diferentes juntores utilizados pelos escreventes para codificar causa mobilizam diferentes articulações sintático-semânticas e que a opção do escrevente por um modo de composição decorre mais fundamentalmente do tipo de texto do que do tempo de letramento formal.
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