logo

Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: Gestos de Leitura em História das Ideias Linguísticas: a gramatização da língua nacional
Autor(es): Juciele Pereira Dias. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 08/05/2024
Palavra-chave Arquivo,Gestos de Leitura,Lngua Nacional
Resumo Os trabalhos anteriores aos anos 80 em/sobre a história do conhecimento linguístico brasileiro são mobilizados, em nossa pesquisa, enquanto textos que fazem parte de um arquivo que nos interessa ler, sobretudo, por terem se constituído por gestos de interpretação em diferentes condições de produção. Através da análise dessas materialidades discursivas, temos a possibilidade de passarmos do campo de trabalhos de iniciativas individuais para um campo formado por grupos de trabalhos, com afinidades teóricas e objetivos comuns (BALDINI, 2005). A partir desse último campo, pela posição sujeito analista que faz história das ideias linguísticas, temos como objetivo compreender o funcionamento do espaço polêmico de gestos de leitura sobre o arquivo, hoje, disponibilizado on line, sobre o processo de gramatização da língua nacional. A respeito da noção de arquivo, Michel Pêcheux a trata mais pontualmente no artigo Lire l’archive aujourd’hui, de 1982. Nele há a problematização dessa noção por meio de uma relação entre “duas culturas”, desenvolvidas ao longo de toda uma história das ideias: a cultura literária e a cultura científica. Na cultura literária, os profissionais da leitura de arquivo são os literatos, ou seja, os historiadores, os filósofos, as pessoas das letras, que teriam como hábito praticar uma leitura própria (singular e solitária). Assim, nesse espaço de leituras dos literatos, centrada frequentemente em torno de nomes próprios em função de arquivos textuais, é que se constituíram grandes debates determinados por diferentes posições sujeitos acerca de temas ou de métodos de trabalho. Todavia, nesse embate discursivo, para Pêcheux (1982), a leitura posta como questão permaneceu implícita e as maneiras de se ler o arquivo não teriam sido problematizadas. Já na outra cultura, a científica, há uma massificação das leituras, pois ao mesmo tempo em que traz à baila a questão da leitura, também promove uma instrumentalização utilitária, que se dá por um processo de tentativas de linearização dos sentidos instituindo formas de se ler o arquivo. Trazendo como questão essas duas vertentes diferenciadas de trabalho com o arquivo, Pêcheux (1982) propõe um confronto dessas duas culturas, sem privilegiar ou filiar-se a uma ou a outra de modo a constituir um espaço de discussão sobre a prática da leitura de/no arquivo. (Apoio: CAPES/PNPD).