Resumo |
Diante dos desenvolvimentos atuais da semiótica de filiação estrutural e, em especial, na formulação do modelo tensivo elaborado por Claude Zilberberg, a denominação desse momento teórico surge junto a termos como o da prosodização do conteúdo. No presente trabalho, procuramos abarcar tal acepção juntamente com a observação dos traços fundamentais da linguagem, segundo Louis Hjelmslev. Assim, primeiramente, devemos compreender o papel da sílaba na formulação do modelo tensivo e, por conseguinte, o papel do plano da expressão e da simetria dos planos na função semiótica. Isto porque, no que tange os desenvolvimentos atuais da teoria, é recorrente o paralelo das deduções conceptuais que compõem o modelo tensivo com a prosódia, a modulação entoativa e a música. Contudo, para não esbarrar no uso metafórico da terminologia, a analogia entre o discurso musical e o momento teórico merece ser revisitado. Para tanto, dois traços fundamentais da linguagem podem ser observados, a saber: o isomorfismo e a não conformidade dos planos. Para esclarecer a hipótese do isomorfismo, por exemplo, é preciso retomar as formas intensa (pontual) e extensa (global) correspondentes, na expressão, ao núcleo acentual e sua modulação. Já no momento atual, Claude Zilberberg destaca o papel da sílaba como um esquema, ao lado da gradação, para o acesso aos conteúdos sensíveis. Sendo assim, contemplamos os problemas pertencentes à discussão teórica, tendo em vista não somente a correção na aplicação dos termos, como também a depreensão dos mecanismos fundamentais com os quais a teoria permite o exame metodológico dos textos. Com isso, é vislumbrada a manutenção do caráter geral da teoria, uma vez que é permitido o aproveitamento das definições no entendimento das diversas manifestações culturais, como as artísticas. Discutiremos, portanto, a possibilidade de contemplar a prosodização do conteúdo como via de acesso aos conteúdos sensíveis que, no desenvolvimento atual do modelo, ocupam espaço privilegiado. |