logo

Programação do 61º seminário do GEL


61º SEMINáRIO DO GEL - 2013
Título: O caráter “móvel” do arquivo: uma reflexão a cerca do processo de construção do arquivo de revistas acadêmicas
Autor(es): Zlia Maria Viana Paim. In: SEMINÁRIO DO GEL, 61 , 2013, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2013. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave arquivo,memria,revista acadmica
Resumo O presente estudo filia-se à Análise de Discurso (AD)em sua relação com a História das Ideias Linguísticas (HIL), ambas institucionalizadas como áreas de conhecimento no Brasil por Eni Orlandi. Tomamos como ponto nodal a relação constitutiva entre arquivo e memória, a partir de autores que trabalham esses dois conceitos. Nora (1993) afirma que, a partir do sentimento de que a memória espontânea não existe, foi "preciso criar arquivos". No entanto, o registro, a descrição, a representação de um acontecimento não basta para produzir memória, segundo Davallon (2010), é preciso que este "saia da indiferença, que ele deixe o domínio da insignificância". Para sair desse domínio, o acontecimento precisa ser reconstruído a partir de dados e noções comuns aos membros da comunidade na qual está inserido. Assim, ao ser "memorizado" poderá entrar na história e ao tornar-se "histórico" fará parte de uma memória. Existem condições para que um acontecimento, descontínuo e exterior, possa vir a se inscrever no espaço potencial de uma memória. De acordo com Pêcheux (2010), a memória é "um espaço móvel de divisões, de disjunções, de deslocamentos e de retomadas, de conflitos e de regularização". É esse caráter móvel da memória que nos autoriza a pensar o caráter móvel do arquivo. Pensá-lo como lugar de excesso, fechado sobre sua identidade e recolhido sobre seu nome, mas aberto além dos limites de seu sentido, ao seu exterior. Assim, a estabilidade do arquivo sustenta-se sobre "certas condições, que quando deixam de vigorar, abalam a estabilidade do arquivo" (NUNES, 2008). As falhas, as faltas, a incompletude, os apagamentos e sobreposições constituem o arquivo, esse funcionamento, esse funcionamento que garante sua mobilidade constitutiva precisa ser considerado ao se construir arquivos. Um arquivo é uma não-totalidade (MARIANI, 2010). É a partir dessas considerações iniciais, que, na relação arquivo/memória, tomamos como objeto de pesquisa a construção de arquivo sobre revistas acadêmicas publicadas entre os anos 50 e 70 do século XX no Sul do Brasil. Esta pesquisa que realizamos com o apoio do PNPD/CAPES institucional está inserida no projeto intitulado "Linguística no Sul: estudo das ideias e organização da memória" na UFSM, sob coordenação de Amanda Scherer.