62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Estudo dos advérbios em -mente em português arcaico e português brasileiro |
Autor(es): | Thais Holanda de Abreu-Zorzi. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | advérbios em -mente, advérbios em -mente, acento |
Resumo |
O intuito do presente trabalho é desenvolver um estudo comparativo dos advérbios em -mente a partir de duas sincronias da língua portuguesa - Português Arcaico (PA), século XIII, e Português Brasileiro (PB) atual. É importante ressaltar que este trabalho não se trata de um estudo de cunho sociovariacionista, uma vez que não é feito um estudo quantitativo das formas encontradas, mas sim qualitativo entre as formas da mesma palavra em períodos diferentes do Português. Sendo assim, são comparados dados qualitativamente e não corpora, dadas as especificidades de cada um destes. Portanto, o objetivo é realizar uma comparação das formas adverbiais mapeadas nas duas sincronias da língua (PA e PB), a fim de observar e descrever possíveis mudanças com relação ao estatuto prosódico dessas formas. Para isso, elegeram-se como corpus de pesquisa do PA as cantigas medievais galego-portuguesas remanescentes, das quais fazem parte as 420 cantigas em louvor à Virgem Maria, conhecidas como Cantigas de Santa Maria (CSM), e as 1700 cantigas profanas (510 de amigo, 431 de escárnio e maldizer e 310 de amor). Por outro lado, elegeu-se como corpus de estudo do PB um recorte do banco de dados do Corpus Online do Português, elaborado em conjunto pelos pesquisadores Michael Ferreira, da Universidade de Georgetown, e Mark Davies, da Brigham Young University. É constituído de mais de 45 milhões de palavras em quase 57 mil textos portugueses de diversas fontes, desde as literárias até as jornalísticas. A metodologia utilizada para os dados do PA é similar à proposta por Massini-Cagliari em seus trabalhos de 1995 e 2005 - por meio da escansão dos versos em que se encontram as ocorrências mapeadas poderemos localizar o acento poético e, consequentemente, o acento nas palavras, facilitando a investigação da estrutura prosódica das formas adverbiais em -mente de um período da língua em que não existem mais falantes nativos vivos. A partir do mapeamento dessas formas no corpora e considerando a teoria da Fonologia Prosódica, podemos descrever o estatuto prosódico das formas adverbiais em –mente como compostas (um acento lexical e um secundário) tanto em PA como em PB, uma vez que tais advérbios podem ser considerados elementos que são formados por partes independentes entre si, em que a Regra de Atribuição do Acento atua em domínios distintos: nas bases já flexionadas e no “sufixo” –mente. Logo, cada uma das partes pode ser considerada uma palavra fonológica distinta. (Apoio: FAPESP – Processo 2011/18933-8) |