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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Efeito de frequência lexical na realização da vogal nasal /ã/ em PB
Autor(es): Luciana Ferreira Marques. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave frequência lexical, frequência lexical, acústica
Resumo

Fonologia baseada em uso (Bybee, 2003) assume que toda unidade linguística, ouvida por um falante de uma língua é armazenada em sua memoria. O conjunto de unidades resultante formam sua representação mental. Essa representação é altamente variável e sujeita a mudanças. A frequência lexical de uma influencia o tipo de representação mental armazenada. Palavras com maior frequência têm uma representação mental mais forte do que palavras com menor frequência. No entanto, palavras com representação mental mais forte também são mais sujeitas a mudanças, pois seus gestos articulatórios tendem a ser reduzidos. Foneticamente, a frequência lexical influencia mudanças fonéticas. Palavras com frequência lexical alta tendem a sofrer mudanças fonéticas mais rapidamente porque tendem a ter seus gestos articulatórios reduzidos, quando comparados a palavras com menor frequência lexical. O presente trabalho examina a relação entre frequência lexical e a realização da vogal nasal /ã/. A hipótese é de que /ã/ em palavras com frequência lexical alta serão mais nasais do que /ã/ em palavras com frequência lexical baixaA nasalidade da vogal nasal será medida em termos de valores do primeiro e do segundo formante e também em termos da medida do grau de nasalidade acústica dada pela diferença entre a amplitude do primeiro formante (A1), e a amplitude do harmônico mais proeminente na área dos harmônicos baixos (P0) (Chen, 1997). Assume-se que essa medida seja um correlato acústico do grau de nasalidade de uma vogal associado ao acoplamento do trato nasal ao trato oral na produção de vogais nasais. Os dados consistem em oito palavras de alta frequência e oito palavras de baixa frequência lexical extraídas do corpus falado do Português do projeto DIRECT da PUC-SP (Berber Sardinha, 2003). As palavras contém duas sílabas do tipo CV, sendo a primeira acentuada e contendo a vogal nasal /ã/. As palavras foram gravadas por quatro falantes nativos de PB, em frase veículo, repetidas quatro vezes. As medidas de formantes e A1-P0 foram automaticamente obtidas através de um script desenvolvido pelo Laboratório de Fonética da Universidade do Colorado em Boulder. Formantes e A1-P0 foram medidos em três momentos distintos, começo, meio e fim. Todas as medidas foram submetidas a análise estatística. Resultados preliminares demonstram que a vogal nasal em palavras de baixa frequência lexical possuem valores de primeiro e segundo formantes diferentes de formantes em palavras de alta frequência lexical.