logo

Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Universais metafóricos e variação cultural em expressões idiomáticas corporais bilíngues: subsídios ao ensino/aprendizagem de línguas
Autor(es): Marilei Amadeu Sabino. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 26/07/2024
Palavra-chave Metáforas, Metáforas, Variação Cultural
Resumo

Pelo fato de o corpo humano ser comum a todo ser, assim como as ações que com ele desenvolvemos, e os sentimentos e as emoções que por meio dele provamos, acredita-se que as expressões idiomáticas corporais sejam, talvez, as que mais compartilham de metáforas semelhantes entre idiomas distintos. KÖVECSES (2000), ao analisar expressões linguísticas sobre a emoção “felicidade”, constatou que várias delas possuíam metáforas semelhantes, em idiomas distintos. A partir disso, esse autor se pergunta como é possível que línguas tão diferentes como o inglês, o chinês e o húngaro, por exemplo, conceituem felicidade de modo tão similar? Para responder a essa sua indagação, Kovecses (op. cit.) levanta três possíveis causas que poderiam justificar a sua constatação: (1) se essa coincidência teria acontecido acidentalmente; (2) se uma língua teria emprestado suas metáforas para as outras; ou (3) se há algumas motivações universais para as metáforas que emergem nessas culturas. Embora Kovecses reconheça que nenhum desses fatores possa ser totalmente descartado, ele opta pela terceira possibilidade. Assim, neste estudo, objetivamos analisar algumas expressões idiomáticas somáticas do italiano em contraste com o português (brasileiro), com o intuito de averiguar de perto se questões referentes a motivações possivelmente universais para metáforas subjacentes a esses fraseologismos se confirmam. Para a realização dessa investigação, basear-nos-emos, principalmente, nos estudos sobre metáfora conceitual de Lakoff e Johnson (1980), bem como nas obras de Kovecses (2000, 2005, 2010). As discussões de Kovecses (2000, 2005, 2010) parecem se sustentar à medida que, pela análise, concluímos que boa parte das expressões estudadas são iguais ou semelhantes, no italiano e no português, no que respeita às metáforas utilizadas. Há, contudo, as variações culturais visivelmente perceptíveis nos dois idiomas. Nesse caso, os fraseologismos, por meio de suas metáforas distintas, evidenciam o recorte que cada povo faz do mundo que está a sua volta, revelando a concepção de mundo refletida no modo de pensar e de agir das comunidades linguísticas das quais fazem partem (BIDERMAN, 1998). As discussões levantadas nesse estudo fornecerão subsídios ao ensino/aprendizagem de línguas.