62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Análise das formas verbais imperativas no português arcaico |
Autor(es): | Gisela Sequini Favaro. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Modo Imperativo, Modo Imperativo, Cantigas de Santa Maria |
Resumo |
Os principais objetivos desta comunicação são o mapeamento e a análise da estrutura morfológica no processo da flexão verbal das formas imperativas em Português Arcaico (PA), a partir das Cantigas de Santa Maria (CSM), com a finalidade de mostrar se a situação que encontramos hoje (ou seja, variação entre formas indicativas e subjuntivas para expressar ordens e pedidos), que leva à dúvida quanto ao imperativo ser um modo independente ou não, já ocorria no PA. Apesar de existirem diversos estudos sobre o período arcaico (cf. Coutinho, 1958; Silva Neto, 1952; Said Ali, 1964, Mattos e Silva, 1989, 2001; Maia, 1997 [1986]), não encontramos trabalhos que envolvam as mudanças morfológicas do imperativo no que se refere à constituição verbal da época medieval, na medida em que o que temos são apenas alguns comentários breves sobre a conjugação das formas verbais naquele período. A metodologia baseia-se no mapeamento das formas verbais do imperativo afirmativo e negativo nas CSM. Contamos também com glossários, vocabulários e dicionários como auxílio na categorização das formas verbais. Após a coleta dos dados, são analisadas as estruturas morfológicas das formas verbais imperativas encontradas, comparando-as com a estrutura morfológica das formas verbais do presente do indicativo e do subjuntivo mapeadas no corpus, a fim de explicar se critérios, tais como ordem, presença ou ausência do sujeito e contextos relacionados a atos de fala (ordem ou pedido) podem ser utilizados para considerar uma forma imperativa ou não. Foram coletadas 189 formas verbais imperativas conjugadas nas 2ªpp e 2ªps. Optamos por excluir de nossas análises preliminares as ocorrências mapeadas nas 3ªps,1ªpp e 3ppª, pois estas pessoas são todas extraídas do presente do subjuntivo, fato que não favorece a observação do uso de uma estrutura morfológica específica e bem demarcada para expressar o modo imperativo (só observável a partir da segunda pessoa). Ao realizar a divisão das formas conjugadas em morfemas, observamos que os verbos mapeados no corpus são quase idênticos às formas do presente do indicativo, contudo sem o –s final. Há preservação da construção canônica postulada pelas gramáticas históricas e tradicionais da formação do modo imperativo. Não há indícios de formas variantes, pois não foi mapeada qualquer forma morfologicamente idêntica para representar o imperativo e o presente do indicativo e do subjuntivo ao mesmo tempo nas CSM, o que reforça a hipótese de que o sistema verbal da língua portuguesa no PA apresentava o imperativo como modo independente (Apoio: Capes). |