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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Para uma nova pragmática emancipatória
Autor(es): Dina Maria Martins Ferreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024
Palavra-chave emancipatória, emancipatória, partilha do sensível
Resumo
Nosso trabalho propõe o modus operandi de uma Pragmática contra-hegemônica no que tange às teorias do mainstream, ou seja, as internalistas (auto-suficiência da língua como sistema) e as  externalistas (aspecto social aliado à língua e não constitutivo da língua). Para tal, constrõem-se dois percursos argumentativos para dar conta de uma Nova Pragmática Emancipatória: (1) nova, que mostra a incompatibilidade conceitual entre a teoria austiniana e a interpretada por seu discípulo Searle; (2) emancipatória, que busca a  emancipação intelectual criativa e uma partilha do sensível. Dessas duas perspectivas, contraposições teóricas são apresentadas no e do domínio da(s) pragmática(s). No que tange à incompatibilidade teórica entre Austin e seu discípulo, Rajagopalan nos mostra que o verdadeiro sucesso de Austin foram os seus fracassos na busca da sistematização e catalogações do uso da língua: Austin formulava e desconstruía, construía e desfazia, e, pelo humor nesse percurso, mostrava a impossibilidade de a língua se submeter a um internalismo sufocante e a um externalismo vazio. E no que se refere a uma pragmática emancipatória, utilizamos dois conceitos de Rancière ‒ 'emancipação intelectual" e "partilha do sensível" ‒, de modo a atender a nossa proposta de uma pragmática do cotidiano. A emancipação intelectual atende ao âmbito político de uma prática científica, e na partilha do sensível a atividade política constrói o “conflito para dizer o que é palavra e o que é grito, o que é parte de um comum e o que pode ser apenas separado dele” . Por essa estrada, a Nova Pragmática Emancipatória passa a instrumentalizar nossa proposta com uma nova configuração aos estudos linguísticos, levando em conta não só nossa responsabilidade como linguistas diante da relevância social de nosso trabalho, como também as relações entre linguagem e sociedade, além de mostrar possibilidades de um estudo científico sobre a lingua(gem) solta das amarras sistêmico-imanentes. O que queremos é reforçar não só a “necessidade urgente de garantir que o trabalho feito em pragmática seja socialmente relevante, dando atenção à necessidade dos estudos da linguagem para a sociedade”, mas também que a prática científica só possa a ter o direito de existir a partir de sua intervenção na sociedade.