62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Diga-me com quem andas: cadeias de referenciação como procedimento de análise do letramento do aluno de periferia |
Autor(es): | SILVIA ADELIA HENRIQUE GUIMARÃES. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024 |
Palavra-chave | Níveis de Letramento, Níveis de Letramento, Representações Ideológicas |
Resumo |
Atualmente, muitas são as pesquisas e os campos científicos que abordam a temática exclusão social: desde a Sociologia, até a Linguística nas suas várias áreas de pesquisa. Contudo, entendemos que estudar o tema em questão através da produção textual do aluno morador de periferia pode permitir uma reflexão sobre a construção discursiva desse grupo, excluído não só financeiramente, mas também das formas eficazes de letramento. Inserido no Paradigma Qualitativo (ALVEZ MAZZOTTI, 1999) e pautado na Linguística Textual, este trabalho propõe a análise de redações escolares, com vistas a observar como pode dar-se a construção discursiva desses alunos e o que seus textos sugerem linguisticamente sobre ideologias e poder (GIDDENS, 1991; HALL, 2006). A escolha dos mecanismos de coesão como procedimento metodológico deu-se pela observação de dois aspectos: a) são pouco abordados na sala de aula, em nível discursivo; b) podem dar aos alunos oportunidade real de inserção social (ANTUNES, 2005). Para estudar tais mecanismos, analisamos redações de estudantes de uma escola de periferia da Zona Norte do Rio de Janeiro, produzidas para uma avaliação elaborada pela Secretaria Municipal de Educação do referido município (SME). Os primeiros resultados apontam dificuldades dos alunos pertencentes ao grupo pesquisado em dois níveis discursivos: a) textos que não responderam ao comando proposto pela SME, fugindo ao do tipo/gênero solicitado – o que, apesar de não antecipado, foi deliberadamente encontrado nas análises; b) textos que apresentam aspectos de referenciação aquém do esperado para a série/idade dos alunos, principalmente no que tange aos encadeamentos referenciais. Tais resultados reforçam os conceitos de que ler/escrever precisa ser ensinado - como processo. Além disso, conhecer o padrão discursivo dos alunos dessas zonas de exclusão pode viabilizar materialidade didático-metodológica para os professores de língua(gens), o que pode possibilitar a esses alunos uma inserção real nas diversas formas de intervir e participar do mundo. |