Programação do 62º seminário do GEL

No Brasil, o acesso às universidades públicas de excelência se dá por meio de exames vestibulares, que são classificatórios e eliminatórios. Dentre as provas realizadas pelos candidatos, há uma redação. Nos últimos anos, a nota obtida pelos alunos nessa prova tem tido cada vez mais peso na soma da nota final do candidato. O gênero mais solicitado pela maioria das provas do país é a dissertação, gênero primordialmente argumentativo. Sendo assim, elegemos como corpus as redações disponibilizadas pela FUVEST em seu site, como exemplos das melhores redações do exame para ingresso na USP (Universidade de São Paulo) no ano de 2013. Chamou-nos a atenção o fato de que essas 29 redações, em sua maioria, apresentavam em sua composição, a utilização de metáforas e analogias. Com base nas teorias da Metáfora Conceptual e dos Esquemas de Imagem, objetivamos analisar tais textos à luz das reflexões propostas pela Linguística Cognitiva e entender em que medida tais usos fizeram com que esses textos pudessem ocupar a posição que lhes foi atribuída – a de melhores redações de um exame de proporções gigantescas. Além disso, pretendemos utilizar também os Conceitos da Nova Retórica propostos por Olbrechts-Tyteca e Perelman (1996), principalmente, para elencar e analisar como a argumentação foi construída, quais tipos de argumentos aparecem sendo utilizados, etc. De maneira geral, portanto, buscamos unir as teorias retóricas tradicionais (ARISTÓTELES, s/d) às novas (OLBRECHTS-TYTECA e PERELMAN, 1996), juntamente com as Teorias Cognitivistas (FAUCONNIER e TURNER, 2002; GIBBS Jr. e STEEN, 1999; LAKOFF e JOHNSON,1980,1999; KOVECSES, 2002 e TURNER, 1996) para poder analisar os textos de nosso corpus e compreender a argumentação presente neles de maneira mais ampla. Esse trabalho está sendo desenvolvido com base em análise de corpus e aplicação das teorias supracitadas aos textos estudados, com posterior quantificação dos resultados e redação das evidências encontradas.