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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: As formas do silêncio, em “Nuvem”, de Orides Fontela: uma perspectiva estilístico-discursiva
Autor(es): Naharan Karla Souza Purcino. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave ORIDES FONTELA, ORIDES FONTELA,E SILENCIAMENTO: SILÊNCIO SILÊNCIO FUNDADOR LOCAL
Resumo

Este trabalho tem por objetivo investigar as formas do silêncio no discurso do poema “Nuvem” (2006), de Orides Fontela, a fim de observar, por meio de uma análise interpretativa, a concepção de estilo mediante reiteração do símbolo linguístico, o silêncio, e, também, a partir do que se conceitua sujeito discursivo, submetido às situações de condição de produção, isto é, ao contexto sócio histórico, a ditadura, a censura pela “interdição da palavra”, e ao que é historicamente dizível. Assim, dentre as formas de silêncio perceptíveis no texto, mais, pontualmente, a discussão concentra-se em observar o silêncio fundador: “o tecido que põe em relevo os signos”, o “intervalo pleno de possíveis que separa duas palavras proferidas: a espera, o mais rico e o mais frágil de todos os estados...” (Orlandi apud Busset, 2007, p.68-69), em que se observa “o princípio de toda significação”, as construções de sentido, e, igualmente, a política do silêncio: o silêncio local: “proíbem-se certas palavras para proibirem certos sentidos (...) proíbem-se certas “posições” do sujeito” (Orlandi, 2007, p.76). A discussão propõe-se, ainda, a um aprofundamento reflexivo sobre interpretação e compreensão; o discurso que analisa o silêncio além da falta e de sua “qualidade física”, criando sentidos. A interpretação como consequência de um olhar em que análise permita investigar os outros lugares dos enunciados. O discernimento da inter-relação entre o político e o linguístico; que permite uma reflexão sobre o processo de construção discursiva, isto é, em um discurso em que há uma duplicidade, direcionado ao interlocutor, bem como a passar pelo filtro/censor, o autor/locutor pode desenvolver sua inovação e singularidade? A metamorfose das diferentes vozes, que, no silêncio, tornam-se única. A expressividade linguística da autora, o estilo, associado ao contexto. Para tais reflexões, teremos, como aparato teórico, no campo discursivo: Barros; Fiorin (1994); Brandão (2004); Bakhtin (2003); Orlandi (2007;2013); e no campo estilístico: Câmara Jr.(2013) Martins (2012).