62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Percurso tortuoso/ labirintos/ entremeios abertos ao simbólico - uma tese |
Autor(es): | Águeda Aparecida da Cruz Borges. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Análise de Discurso, Análise de Discurso, cidade |
Resumo |
Nos últimos tempos há uma profusão de estudos envolvendo povos indígenas, principalmente, nas áreas da antropologia, sociologia, etnografia e descrição linguística. Em relação à cidade, as pesquisas centram, geralmente, no campo da geografia, sociologia, urbanismo dentre outros. A observação de povos indígenas na relação com a cidade é relativamente “nova”, embora seja esse um fato antigo. Uma das diferenças na abordagem dada ao trabalho desenvolvido na tese de doutorado e que, já vinha se construindo, nas discussões do Grupo de Pesquisa: ARTE, DISCURSO e PRÁTICA PEDAGÓGICA, é que em relação às áreas do conhecimento que tem se ocupado de estudos sobre a cidade, e, também, em relação ao corpo, como é o caso da medicina, da biologia, da psicologia, da educação entre outras, nós tomamos o corpo indígena enredado pelo/no corpo da cidade através da linguagem, mobilizando pressupostos da Análise de Discurso de base materialista. Orlandi e colaboradores marcam o pioneirismo da teoria, no Brasil, em estudos da linguagem, particularmente, os da Análise de Discurso que recortam a cidade e o corpo como linguagens que se constituem mutuamente. A partir de leituras da produção organizada pelo LABEURB/UNICAMP, dos Encontros e discussões com pesquisadores desse Laboratório, já há alguns anos, foi que vislumbrei a possibilidade de analisar os sentidos discursivos do sujeito indígena enredado/atravessado/cruzado pelos sentidos da cidade e vice-versa; constatamos que os enredamentos/atravessamentos/cruzamentos são diversos e, no geral, adversos. Três questões foram fundamentais para o desenvolvimento do processo discursivo: quais os efeitos de sentido produzidos no movimento desses sujeitos na vinda para a cidade e retorno para as aldeias? Como esse sujeito indígena é capturado pela rede de materialidades discursivas que, ao mesmo tempo em que trabalham para a sua integração ao corpo da cidade, o expulsam dela? Nessas condições de produção, como se dá o processo de identificação/subjetivação desse sujeito? Assim, considerado o corpo da cidade como espaço de significação particular, eu quis compreender como os sentidos são aí produzidos, sentidos nos quais se “sustenta”, se “organiza” a vida urbana e seus sujeitos, em especial o sujeito índio Xavante na cidade, mas destinado a ficar fora dela, discursivamente. Porém, no funcionamento da contradição, constitui-se uma tomada de posição do sujeito indígena Xavante, à revelia da negação, que se inscreve no movimento de resistência, que pode ser conferido na tese: DA ALDEIA PARA A CIDADE: processos de identificação/subjetivação do índio Xavante na cidade de Barra do Garças/MT, alteridade irredutível? |