logo

Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Locuções adverbiais temporais no português do século XIX: um estudo da ordem
Autor(es): Dennis da Silva Castanheira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Locuções Adverbiais Temporais, Locuções Adverbiais Temporais, Ordenação
Resumo

Este trabalho tem como objetivo o estudo do comportamento das Locuções Adverbiais de Tempo (como “em Fevereiro deste ano”, “nos primeiros cinco anos” e “em oito dias”) no português do século XIX. Como corpus, foram utilizadas 175 cartas oficiais desse período, todas oriundas do Projeto Para História do Português Brasileiro (PHPB). Para obter frequência e cruzamento dos dados, foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Scienses (SPSS). Os principais objetivos dessa análise são: (i) especificar as posições em que as locuções se apresentam, relatando a frequência de ocorrência de cada uma; (ii) analisar a ligação entre os fatores continuidade do referente-sujeito e a ordem da locução na oração; (iii) estabelecer a ligação entre o papel discursivo assumido pela locução e sua ordem na oração; e (iv) relacionar a posição da locução com o tipo de estrutura oracional (SV, VS e V). Algumas das hipóteses desse trabalho: (a) quando há continuidade do referente-sujeito, a locução tende a ocorrer fora da margem esquerda, ou seja, o comportamento do fator “continuidade tópica” influenciaria a posição do adverbial, determinando-o; (b) a função discursivo-textual da oração influencia na posição dos seus sintagmas. Portanto, sintagmas com função discursiva de especificador temporal, por exemplo, tendem a ocupar as posições pós-verbais, já os sintagmas com função discursivo-textual anafórica e introdutor de novo assunto ocorrem em posições pré-verbais, principalmente na margem esquerda da cláusula. São considerados os pressupostos teóricos da Linguística Centrada no Uso, considerando fatores discursivos, cognitivos e interacionais, bem como estruturais, para que se explique determinado uso linguístico. O principal pressuposto teórico aplicado à presente pesquisa, sob a ótica funcional, é a iconicidade. Tal princípio é considerado enquanto a correspondência natural entre código linguístico e função, estando relacionado à perspectiva de que as línguas, em algum grau, refletem o pensamento. Sua aplicação se deu através de um dos seus subprincípios testados na pesquisa, o da proximidade. A noção de que estará mais próximo sintaticamente o que estiver mais próximo cognitivamente foi aplicada na hipótese de que quando há continuidade do referente-sujeito, a locução tende a não estar na margem esquerda. (Apoio: CNPq)