62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | O uso de internetês no livro didático de língua inglesa |
Autor(es): | Silvelena Cosmo Dias. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 03/12/2024 |
Palavra-chave | Análise do Discurso, Análise do Discurso, livro didático de língua inglesa |
Resumo |
Esta pesquisa tem por objetivo investigar se os livros didáticos de língua inglesa, (LD de LI) que integram o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2012, se apropriam do discurso sobre as novas tecnologias e analisar como se dá essa apropriação. Trata-se de uma pesquisa que se insere na perspectiva discursivo-desconstrutivista, postuladas pelas teorias do discurso, da psicanálise freudo-lacaniana e da desconstrução derrideana. Partindo do pressuposto de que os livros didáticos (LDs) procuram se adequar às exigências do momento sociopolítico e histórico em que vivemos, buscam se inova e, tentam trazer o que editores e escritores julgam ser, tanto para o aluno e professor, significativo, novo e diferente como estratégia para atraírem seus usuários (CORACINI, 2011), formulamos a hipótese de que o discurso didático-pedagógico é atravessado pelo discurso contemporâneo sobre as novas tecnologias e (re)produz, entre o velho e o novo; entre o mesmo e o diferente, o simulacro, no sentido deleuziano. Assim, trazemos para a análise uma atividade de pesquisa na Web (Web Search) sobre e-dialects, acompanhada de ilustrações de jovens frente a computadores, simulando um diálogo virtual. Anis (2007) denomina esse tipo de comunicação como neografia - escrita inconvencional em mensagens eletrônicas, com características da linguagem oral, evidenciadas em várias línguas. O LD de LI, ao apropriar-se desse tipo de escrita, ecoa efeitos de sentido de proximidade entre o LD e o aluno, entre a LI e o aluno. Na tentativa de fazer com que o aluno sinta-se pertencente ao que o livro lhe apresenta como se fosse o “novo” em oposição ao “velho”, o LD não se dá conta de que esse novo tem raízes, contém rastros do velho. A linguagem utilizada no meio virtual, chamada de internêtes, privilegia a fonética em detrimento da etimologia da palavra; isto é, privilegia a phoné (som) em relação à grafia, assemelhando-se à escritura hieroglífica. Por muito que o tempo tentou apagar, ficaram seus rastros impossíveis de tornarem-se invisíveis (DERRIDA, 2011). É um passado que se faz presente, é um presente que remonta ao passado, mas não é exatamente como no velho passado e muito menos é o novo presente. Na verdade, um se sustenta no outro, isto é, “o novo entrelaça com o velho, com o conhecido, que serve, dentre outras coisas, de alicerce para a aceitação do novo” (CORACINI, 2011b, p. 28), para tornar-se conhecido e reconhecido no seu retorno. |