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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: O uso de internetês no livro didático de língua inglesa
Autor(es): Silvelena Cosmo Dias. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 26/07/2024
Palavra-chave Análise do Discurso, Análise do Discurso, livro didático de língua inglesa
Resumo

Esta pesquisa tem por objetivo investigar se os livros didáticos de língua inglesa, (LD de LI) que integram o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) 2012, se apropriam do discurso sobre as novas tecnologias e analisar como se dá essa apropriação. Trata-se de uma pesquisa que se insere na perspectiva discursivo-desconstrutivista, postuladas pelas teorias do discurso, da psicanálise freudo-lacaniana e da desconstrução derrideana. Partindo do pressuposto de que os livros didáticos (LDs) procuram se adequar às exigências do momento sociopolítico e histórico em que vivemos, buscam se inova e, tentam trazer o que editores e escritores julgam ser, tanto para o aluno e professor, significativo, novo e diferente como estratégia para atraírem seus usuários (CORACINI, 2011), formulamos a hipótese de que o discurso didático-pedagógico é atravessado pelo discurso contemporâneo sobre as novas tecnologias e (re)produz, entre o velho e o novo; entre o mesmo e o diferente, o simulacro, no sentido deleuziano. Assim, trazemos para a análise uma atividade de pesquisa na Web (Web Search) sobre e-dialects, acompanhada de ilustrações de jovens frente a computadores, simulando um diálogo virtual. Anis (2007) denomina esse tipo de comunicação como neografia - escrita inconvencional em mensagens eletrônicas, com características da linguagem oral, evidenciadas em várias línguas. O LD de LI, ao apropriar-se desse tipo de escrita, ecoa efeitos de sentido de proximidade entre o LD e o aluno, entre a LI e o aluno. Na tentativa de fazer com que o aluno sinta-se pertencente ao que o livro lhe apresenta como se fosse o “novo” em oposição ao “velho”, o LD não se dá conta de que esse novo tem raízes, contém rastros do velho. A linguagem utilizada no meio virtual, chamada de internêtes, privilegia a fonética em detrimento da etimologia da palavra; isto é, privilegia a phoné (som) em relação à grafia, assemelhando-se à escritura hieroglífica. Por muito que o tempo tentou apagar, ficaram seus rastros impossíveis de tornarem-se invisíveis (DERRIDA, 2011). É um passado que se faz presente, é um presente que remonta ao passado, mas não é exatamente como no velho passado e muito menos é o novo presente. Na verdade, um se sustenta no outro, isto é, “o novo entrelaça com o velho, com o conhecido, que serve, dentre outras coisas, de alicerce para a aceitação do novo” (CORACINI, 2011b, p. 28), para tornar-se conhecido e reconhecido no seu retorno.