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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Evidências de traços plagais no dialeto caipira na região do Médio Tietê
Autor(es): Rosicleide Rodrigues Garcia. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave prosódia, prosódia, Médio Tietê
Resumo

Tendo como ponto de partida a obra de Amadeu Amaral (1920) em que se fez explanações acerca do falar caipira, deu-se início a estes estudos que estão presentes na tese Aspectos da prosódia do português caipira. Seguindo a linha de pesquisa de Ferreira Netto (2008), considerou-se o exame da fala a partir da análise de f0, particularizando, daí, o tom médio (TM) e o tom final (TF). Para isso, foram selecionados 28 informantes de sete cidades que compõem o Médio Tietê (Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus, Porto Feliz, Tietê, Capivari, Itu, Piracicaba) e outras 10 gravações (5 vozes masculinas e femininas) de jornalistas do programa SPTV da emissora de televisão Rede Globo - tomados como fala neutra (BARBOSA, 2002, p.36) para serem usados como controle -, contabilizando 150 dados: de cada entrevistado do Médio Tietê, foram escolhidas 5 frases para observação. Em cada cidade mencionada, buscaram-se 4 informantes, sendo dois homens e duas mulheres com idades iguais ou superiores a 60 anos, de baixo nível de escolaridade e moradores vitalícios de suas regiões. Desta forma, por meio de aplicativos especializados (SFS e Audacity), e com especial uso do ExProsodia® para geração de valores para o cálculo estatístico, foi possível fazer levantamentos de dados demonstrando que o tom médio e o tom final do dialeto caipira possuem diferença significativa (P<0,05) em relação ao controle. E, quando as médias do TM e TF são justapostas, nota-se uma tendência plagal nos falantes do dialeto caipira. Isso se deve, pois a finalização do controle costuma ser mais acentuada em relação ao das cidades do Médio Tietê. No artigo Finalizações de frase em leituras e fala espontânea (2008), Ferreira Netto e Consoni notaram que, durante a análise da prosódia, havia alteração de TM, enquanto a finalização tendia a ter valores fixos, e esses resultados obtidos no trabalho citado repetem-se no dialeto caipira das cidades estudadas, sobretudo entre as mulheres, que, de modo especial, corroboram com os dados vistos por Costa (2011) em que se constatou a finalização plagal de suas informantes da tribo Guató de Mato Grosso. Isto é, por meio desta pesquisa pode-se afirmar que existem traços plagais também no dialeto caipira.