62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Estudar identidade para quê? Marcas linguísticas como evidências de identidades de professores em construção |
Autor(es): | Eveline Mattos Tápias Oliveira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | letramento do professor, letramento do professor, marcas linguísticas |
Resumo |
Na presente comunicação, a princípio, introduzimos uma breve contextualização acerca dos estudos sobre identidade na contemporaneidade expondo seu percurso, originado nas Ciências Sociais, para a área de Linguística Aplicada. É nosso objetivo oferecer sugestões para a análise de dados, orais ou escritos, com vistas à percepção da construção/mudança identitária. Apoiamo-nos nas grandes categorias de construção identitária sugeridas pelos antropólogos Holland et al. (1998) e referendamo-nos nas correntes bakhtinianas (enunciado, dialogia) e vygotskyanas, (aprendizagem, mudança) como fundamento mais amplo para análise. Nosso objeto de estudo são diários longitudinais, coletados no período de um ano; os sujeitos são alunos ingressantes no curso de Letras, de uma universidade do interior paulista, que escreviam durante ou após atividades, em sala de aula, ou retrospectivamente, em suas casas, sobre sua aprendizagem de gêneros acadêmicos (leitura e escrita). Assim como um biólogo que se debruça sobre o microscópio para ver minúsculos movimentos sob suas lentes, estudamos a linguagem ao longo do tempo, observando as mudanças d/nos enunciados de nossos sujeitos, pois a mesma linguagem que nos constitui, nos revela. As categorias de análise linguístico-discursivas que utilizamos para observação da mudança identitária remetem a: como os sujeitos se percebem nas atividades de práticas letradas da disciplina Língua Portuguesa (“passo a ver com outros olhos”); o eu (aluno-autor-do-diário) e o outro (professora-pesquisadora) em dialogia no diário (“como me coloco frente ao outro, fazendo assim o meu lugar na escolha do meu dizer”); o eu (aluno-autor-do-diário) em contradição (“meus valores antigos e os que estou aprendendo; deslizes no meu enunciado que me revelam em ambiguidade”) ao longo das passagens no diário; o eu (aluno-autor-do-diário) e a perspectiva profissional em construção (“quem sou” e “quem quero ser”, “meus valores”). Esperamos que nosso trabalho frutifique, não só em outras pesquisas, mas, principalmente, por ser uma aprendizagem; que a observação do dizer do outro faculte a auto-observação para o crescimento profissional e a retomada da auto-estima em nossa profissão. Estudar identidade para quê? Para poder SER/FAZER: melhor, com orgulho de nosso papel no mundo. (Apoio: FAPESP - Processo 2002/09775-0). |