62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | “Romeu e Julieta” para o século XXI – uma análise textual da adaptação cinematográfica de Carlo Carlei da obra de William Shakespeare" |
Autor(es): | Mara Corrêa Senna. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Retextualização, Retextualização, Produção de Sentidos |
Resumo |
Este trabalho tem por proposta analisar a versão cinematográfica, dirigida por Carlo Carlei e lançada em 2013, da obra “Romeu e Julieta” de William Shakespeare. Considerando que a obra original foi escrita no século XVI e a adaptação cinematográfica analisada é do século XXI, pretende-se verificar as coerções sofridas pelo texto original na sua transposição para o cinema, bem como os sentidos construídos nesse processo de releitura do texto-fonte. Especificamente para esta análise, foram selecionadas, como recorte, as seguintes sequências: o prólogo e a memorável cena do balcão (cena 2 do II Ato do original de Shakespeare). A análise será norteada pelos fundamentos da Linguística Textual, que, segundo Marcuschi (2012) “basicamente, trata dos processos e regularidades gerais e específicos segundo os quais se produz, constitui, compreende e descreve o fenômeno texto”. Na abordagem do objeto de estudo desse trabalho, serão evocados principalmente os conceitos de retextualização e de condições de produção. O primeiro, será empregado segundo a definição de Dell'Isola (2007), para quem a retextualização é definida como a “refacção ou a reescrita de um texto para outro, ou seja, é um processo de transformação de uma modalidade textual em outra, envolvendo operações específicas de acordo com o funcionamento da linguagem”. Já o conceito de condições de produção será utilizado considerando os estudos de Koch (1995), no sentido de verificar como valores da sociedade atual se manifestam na atual versão de “Romeu e Julieta” para o cinema. Os resultados preliminares revelam que a adaptação apresenta significativas alterações no nível sintático, atualizando Shakespeare para os dias de hoje e tornando-o mais acessível ao público jovem e adolescente. Entendendo a adaptação cinematográfica como um texto sincrético, isto é, um texto no qual o verbal, o visual e o sonoro encontram-se numa relação de interdependência, para a leitura e análise do corpus serão associados aos pressupostos da Linguística Textual os fundamentos da linguagem visual formulados por Donis A. Dondis (2007) e as formulações de Briselance e Morin (2011) referentes à gramática do cinema. |