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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: De onde advém a legitimidade discursiva daqueles que indicam o que ler no Blog do Galeno?
Autor(es): Rafael Borges Ribeiro dos Santos. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 27/07/2024
Palavra-chave Práticas de leitura, Práticas de leitura, Análise do discurso
Resumo

Em nossa pesquisa temos buscado realizar um levantamento de dados acerca do que leem e como leem pessoas que gozam de uma dada visibilidade nas mídias (como internet, televisão, rádio e jornal) as quais, exatamente em função de serem pessoas públicas e famosas, são consultadas acerca dos seus gostos e gestos de leitura. Para tais fins selecionamos como objeto de análise o Blog do Galeno, e mais especificamente a seção intitulada “Dicas de quem já leu”, composta no momento de nossa pesquisa por 370 comentários de personalidades públicas (políticos, atores, cantores, etc.) a partir dos quais constituímos o nosso corpus. Nosso objetivo principal tem sido o de apreender indícios acerca das práticas de leitura de que esses sujeitos se valem e das representações discursivas que compartilham acerca do que é a leitura, do que é ser leitor, de quais são os livros que merecem ser declarados como livros lidos e o que dizem sobre os livros hipoteticamente lidos cuja leitura essas personalidades recomendam. Assim, buscamos realizar um mapeamento geral do Blog, para posteriormente nos dedicarmos à seção “Dicas de quem já leu”, na qual conseguimos identificar a existência de uma determinada regularidade nas dicas de leitura, a qual nos permitiu separá-las e classificá-las em três grupos, aquelas com foco na figura do leitor, outras com foco na obra e aquelas dedicadas principalmente a tratar do autor. Desses três grupos selecionamos quatro dicas de cada um, que fossem representativas das demais, capazes de nos permitir traçar um panorama geral da seção. Nossa análise tem por princípio descrever algumas das representações discursivas sobre a leitura que norteiam esses comentários, de modo a compreendermos quais são os discursos mais presentes sobre a leitura que constituem o imaginário sobre essa prática e que são constantemente reatualizados no que se afirma sobre a leitura, em especial por não-especialistas, no que concerne aos mitos/crenças/concepções/teorias sobre a leitura em que essas “dicas” se apoiam. Dessa forma, subsidiados teoricamente pela Análise do Discurso de linha francesa e por alguns princípios da História Cultural da leitura, temos discutido que discursos constituem o imaginário sobre a leitura entre esse público que ‘indica o que ler’ e que práticas de leitura são declaradas/representadas por eles, de modo a melhor caracterizarmos traços do perfil discursivo desse público leitor. Processo nº 2013/14868-2, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)