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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: A (in)submissão em Geni e o Zepelin de Chico Buarque de Hollanda
Autor(es): Siomara Ferrite Pereira Pacheco. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave crônica, crônica, ironia
Resumo

Esta comunicação situa-se na área da Análise Crítica do Discurso com vertente sociocognitiva e tem por tema a representação do papel da mulher na crônica de Chico Buarque, dos anos 1960 aos anos 1980, época de repressão política no Brasil, cujo contexto levava o sujeito enunciador a se ocultar por meio de estratégias tais como a ironia. Tem-se por objetivo geral contribuir com os estudos sobre o discurso e a representação sociocognitiva em textos da música popular brasileira, consideradas, neste trabalho, crônicas. O pressuposto é de que a linguagem poética constitui estratégia utilizada pelo cronista para denunciar a condição da mulher nesse contexto. Portanto, tem-se por objetivos específicos: examinar o contexto de linguagem do texto selecionado; verificar como a ironia orienta a leitura do texto na construção opinativa da crônica. Justifica-se a pesquisa na medida em que o texto em análise foi produzido na época em que o Brasil encontrava-se em regime de ditadura e, por isso, o locutor oculta-se por meio da linguagem, utilizando-se dos recursos linguísticos para expressar seu ponto de vista, o qual se opõe ao(s) marco(s) de cognição social(is). Assim, retomam-se conceitos postulados por van Dijk (1997, 2012), tais como cognição social, modelos de representação, contextos – de linguagem, social, cognitivo, discursivo, entre outros. O material selecionado para análise é uma crônica em que o feminino representa o que é avaliado negativamente pelos marcos de cognição social, ao que se contrapõe o cronista. Trata-se do texto Geni e o Zepelin, de cuja análise obtêm-se resultados parciais que indicam estratégias do locutor na construção da opinião pelas relevâncias no texto. Conclui-se que o contexto de linguagem favorece a manifestação do ponto de vista do cronista, que avalia negativamente o que é considerado positivo pelo marco de cognição da sociedade machista – a condição de mulher submissa, restrita ao espaço privado do lar.