62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | O corpo e a sexualidade da mulher que envelhece: práticas discursivas e estereótipos |
Autor(es): | Heloisa Mônica Ajeje Gonçalves. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Práticas discursivas, Práticas discursivas, Terceira Idade |
Resumo |
O corpo e as formas de subjetividade a ele associadas, sobretudo no que diz respeito às questões da sexualidade, são sempre dados historicamente, influenciados pelas questões econômicas, políticas e socioculturais de cada época e de cada povo. Os estereótipos que circulam entre nós, notadamente nos meios de comunicação de massa, propõem um modelo ideal de mulher, que deve ser sempre magra e elegante, ser independente e também cuidar-se para postergar, ao máximo, as marcas do envelhecimento. Esse processo inevitável, inerente ao desenvolvimento da vida, se reveste hoje de representações impregnadas de mitos e de preconceitos sobre a sexualidade do idoso, ora caracterizado como incapaz de sentir desejo – o corpo envelhecido supostamente perde sua capacidade de atração e de sentir o prazer em virtude dos ideais do culto ao corpo jovem e à juventude –, ora caracterizado como fonte de uma nova e infinita capacidade de exercer a sexualidade, a ser garantida pelos avanços tecnológicos na farmacologia e na medicina. A partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da Análise do Discurso de linha francesa – sobretudo dos desdobramentos mais recentes dessa disciplina na França e no Brasil a partir das contribuições do linguista Dominique Maingueneau que, seguindo as reflexões de Foucault, entende o discurso como práticas discursivas intersemióticas, todas elas sujeitas, numa determinada formação discursiva, às mesmas regras de formação (coerções semânticas) – este trabalho apresenta resultados parciais de pesquisa que tem por objetivo analisar como os discursos em embate na nossa sociedade – no espaço discursivo em que circulam enunciados sobre o corpo, a sexualidade e o envelhecimento – constroem os sentidos sobre modos de a mulher vivenciar a fase conhecida como Terceira Idade. Os textos provêm de suportes diversos e gêneros discursivos variados, como jornais e revistas impressos e online, sites, redes sociais, blogs, programas de TV, anúncios publicitários, filmes e toda a sorte de enunciados que configuram uma prática discursiva em que têm lugar funcionamentos discursivos (ethos, cenografias, ironias, diferentes formas de intertextualidade, aforizações etc.) que constroem sentidos sobre a mulher idosa na contemporaneidade. |