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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Formação linguística enquanto política linguística no núcleo comum do curso de licenciatura intercultural indígena - Teko Arandu
Autor(es): Cássio Knapp, Andérbio Márcio Silva Martins. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Formação de professores indígenas, Formação de professores indígenas, ensino de línguas
Resumo

O Curso de Graduação em Licenciatura Intercultural Teko Arandu é um curso de formação do professores indígenas ofertado para as etnias Guarani e Kaiowá do etnoterritório do Cone Sul de Mato Grosso do Sul, e tem como objetivo habilitar professores para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio nas grandes áreas de conhecimento: Matemática, Ciências Humanas, Linguagens e Ciências da Natureza (cf. PPC, 2014). Nesse sentido, o Teko Arandu se assemelha a outros cursos de formação para professores indígenas, com um período de formação comum (Núcleo Comum) antes de os acadêmicos passarem às habilitações. Uma discussão interessante que se coloca nessa etapa de formação é o que pode ser considerando enquanto formação comum. Para responder a essa questão, pensando na melhoria do Curso, o corpo docente, o Movimento de Professores Indígenas Guarani e Kaiowá e os acadêmicos do Teko Arandu realizaram reuniões e estudos no período de dois anos para conseguir pensar numa matriz curricular que garantisse, entre outras coisas, uma formação linguística básica, antes que fossem encaminhados para as áreas de habilitação contempladas no curso. Para tanto, foi fundamental a apropriação, por todos os envolvidos no processo, de conceitos e concepções linguísticas como, por exemplo, o que é: (a) língua, dialeto, família linguística e tronco linguístico (cf. RODRIGUES, 1984/1985); (B) políticas linguísticas (cf. CUNHA, 2008; MAHER, 2010); (f) realidade linguística dos povos indígenas (Cf. BRAGGIO, 2006); (g) bilinguismo/ multiliguismo, educação e ensino bilíngue (cf. SWAIN, 1986; MEGALE, 2005). Entendemos, assim, que essa proposta é um avanço em termos de políticas linguísticas em cursos de formação de professores indígenas, pois abre espaço não só para a discussão acerca da situação das línguas indígenas em contato com a língua portuguesa, mas também para a compreensão da importância de uma formação bilíngue, o desenvolvimento de práticas orais e escritas na língua indígena e o aprimoramento das competências e habilidades no uso da língua portuguesa, tanto em sua modalidade oral quanto escrita. Neste trabalho, portanto, apresentaremos como se dá a formação linguística dos acadêmicos indígenas durante o Núcleo Comum, isto é, durante os três primeiros semestres do curso; tomando, como ponto de partida, os componentes curriculares ofertados ao longo dessa fase da formação: Fundamentos Linguísticos; Português Intercultural; Teoria, Técnica e Práticas da Tradução; Língua Materna: Laboratório de Elaboração e Produção de Textos e de Recursos Didáticos; e Libras.