62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Representações de língua construídas por jornalistas: análise de um texto sobre um livro didático destinado à Educação de Jovens e Adultos |
Autor(es): | Evelise Raquel Morari. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Representação de língua pela mídia, Representação de língua pela mídia, Análise do Discurso |
Resumo |
Este artigo tem como objetivo analisar um texto jornalístico divulgado pela imprensa de massa sobre a publicação do livro didático de Língua Portuguesa Por uma vida melhor para Educação de Jovens e Adultos (EJA). Este texto que será analisado é um recorte do levantamento de 14 textos jornalísticos, os quais foram centrados em poucas frases do início de um capítulo do livro sobre variantes linguísticas. O texto selecionado para análise foi veiculado no jornal O Estado de São Paulo, no dia 17/05/2011, intitulado Por uma vida pior, de Dora Kramer. Kramer é jornalista e tem publicações diárias no jornal O Estado de São Paulo, em São Paulo, e no jornal O Dia, no Rio de Janeiro. A crítica ao livro é tecida somente pelos exemplos que ganharam destaque na mídia, os quais são apenas quatro frases isoladas: “Os livro ilustrado mais interessante estão emprestados” “Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural” “A língua portuguesa admite esta construção” “Mas eu posso falar ‘os livro’? Claro que pode.” Essas frases fazem parte do capítulo “Escrever é diferente de falar”, na seção “A concordância entre as palavras”, onde os autores tratam da concordância nominal e verbal seguindo uma orientação sociolinguística. No livro didático, essas frases não aparecem soltas, há um contexto. A pesquisa é fundamentada numa abordagem discursivista e serão considerados os seguintes conceitos: sujeito, língua/linguagem, discurso, formação discursiva e formação ideológica. O texto é analisado pela regularidade enunciativa que remete a determinados discursos, resultantes de formações ideológicas, e como tais discursos são materializados na superfície linguística. Ao longo da análise, notamos que Kramer faz uso de ironia e, também, ignora por completo os PCN, que foram implementados a mais de dez anos e, de acordo com o documento, os livros didáticos de língua portuguesa devem abordar o conteúdo de variação linguística. Um dos resultados mostra que a representação de língua predominante é a de que “saber língua” é ter o “domínio das regras das gramáticas normativas”. |