62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Dando um jeitinho brasileiro na língua inglesa |
Autor(es): | Helena Regina Esteves de Camargo. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | inglês, inglês, bilinguismo |
Resumo |
O ensino de inglês no Brasil segue uma tradição fundamentada no que Canagarajah (2013) chama de “paradigma monolíngue”, implicando a concepção de língua como propriedade de uma comunidade só e de seu povo. Assim, os falantes nativos dos “países do centro” (KACHRU, 1995) são consagrados como os donos do inglês e, como tais, possuem o direito de normatizar essa língua ditando quais são as maneiras aceitáveis de utilizá-la. Percebe-se, portanto, um grande esforço dos aprendizes de inglês como segunda língua ou língua estrangeira em aproximar-se o máximo possível do falante nativo. Considerando o fato de que a expansão mundial da língua inglesa fez com que ela deixasse de pertencer a determinadas comunidades e culturas para passar a ser de todas, surgiram o inglês japonês, inglês mexicano, inglês nigeriano e, entre muitos outros, o inglês brasileiro. A partir de uma pesquisa maior de mestrado, inserida no campo da Linguística Aplicada, o objetivo deste trabalho é propor uma discussão sobre uma visão do inglês que considere seus falantes como sujeitos culturais e bilíngues inseridos em determinados contextos sócio históricos que devem ser levados em conta. Assim, foram realizadas observações em sala de aula em uma escola bilíngue de São Paulo e em aulas particulares de inglês com alunos entre treze e dezesseis anos de idade. Constatou-se que os adolescentes apropriam-se da língua inglesa moldando-a de modo que ela atenda aos seus propósitos comunicativos. Também se observou que os discursos produzidos por esses adolescentes nas interações analisadas revelam traços de sua brasilidade. Com base em uma reflexão e um arcabouço teórico que discute alguns conceitos relacionados à expansão da língua inglesa no mundo (CRYSTAL, 2006; LACOSTE, 2005), ao paradigma monolíngue (CANAGARAJAH, 2013), à apropriação linguística (RAJAGOPALAN, 2005; CANAGARAJAH, 2009) e ao bilinguismo (ROMAINE, 1995; GROSJEAN, 2010; MAHER, 2007; HELLER, 2007; GARCÍA, 2009), espera-se poder contribuir para a reflexão de professores de inglês quanto às suas práticas de ensino e expectativas em relação aos seus alunos e também para o reconhecimento de professores e aprendizes de inglês como donos legítimos dessa língua. |