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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Usos e efeitos da linguagem em contextos de saúde/doença
Autor(es): Thaysa Roberta Pereira Audujas. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave pragmática social, pragmática social, ato ilocucionário
Resumo

O presente trabalho de pesquisa, vinculado a um projeto maior intitulado "Abordagens Pragmáticas sobre a Linguagem", em implantação na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/UNIFESP, se propõe a analisar narrativas de atendidos e cuidadores que são contemplados pelo projeto "Educação em Movimento" desenvolvido pela Associação (filantrópica) Helena Piccardi de Andrade Silva (AHPAS), que presta assistência no transporte de crianças e adolescentes com câncer em período de tratamento. A pesquisa procurará esclarecer como esses relatos se constroem, considerando-se, na instância verbal de produção do discurso, o contexto histórico-social, os interlocutores, o lugar de onde falam e a imagem que fazem de si, do outro e do referente. Visa-se com este estudo mostrar como a fala é geradora de consequências. Ou seja, pretende-se verificar em que medida os relatos proferidos por esses atendidos e cuidadores podem (ou não) funcionar como atos de fala que cooperam (ou não) para o processo de tratamento. Ao longo das análises procura-se responder às seguintes questões: o que os falantes de fato fazem ao falar?; quais são os efeitos da linguagem em funcionamento?; por que o narrar e o ouvir são tão importantes?; a enunciação tem o poder de construir uma força “curativa” ou transformadora? É importante destacar que a enunciação deve ser compreendida como uma produção da interação entre os falantes que acontece num aqui e agora, nunca se repete e é marcada pela singularidade. Em se tratando de um trabalho de pesquisa da linguagem ordinária, ou seja, da linguagem em uso, este projeto se insere na perspectiva de uma pragmática social, senão de uma Nova Pragmática, em que a articulação teórica austiniana se liberta dos ditames de uma lógica sistêmica provida por seu discípulo Searle. Firmamo-nos com a teoria dos atos de fala de Austin, no que tange considerar a linguagem como forma de ação em contextos sócio-históricos e culturais bastante concretos.