62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | A expressão da evidencialidade no gênero jornalístico |
Autor(es): | Fabiana Pirotta Camargo Lourenço. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | evidencialidde, evidencialidde, gênero |
Resumo |
A evidencialidade é uma categoria de caráter semântico-pragmático, que se refere à expressão da fonte da informação do enunciado. Considera-se que os evidenciais se relacionam à modalidade epistêmica uma vez que qualificam a validade da informação, indicando as fontes de que o falante dispõe. Pode-se dizer então que operam no campo do conhecimento e manifestam o comprometimento do falante com relação ao enunciado. A relação entre modalidade e evidencialidade é muito estreita, embora haja divergências: alguns consideram esta última categoria como um subtipo de modalidade; e outros a consideram como uma categoria hierarquicamente superior a ela. Os tipos de qualificação evidencial são: evidencialidade direta e indireta, esta última podendo ser distinguida entre inferida ou relatada. Dando continuidade a um trabalho anterior, em que se analisou a expressão da modalização em três gêneros do jornal, o objetivo deste trabalho é o de descrever os expedientes de marcação da evidencialidade nos gêneros jornalísticos editorial, notícia e artigo de opinião. O projeto se fundamenta teórica e metodologicamente em pressupostos funcionalistas, o que significa dizer que se vai descrever a língua em uso efetivo e real. A partir do corpus de pesquisa já coletado de edições da Folha de São Paulo de 2012, foram descritos os elementos responsáveis pela manifestação da evidencialidade, estabelecendo-se a diferenciação entre seus tipos a fim de explicar a forma como a marcação (ou não) desse fenômeno caracteriza os gêneros do jornal sob análise. Em uma análise preliminar, parece haver mais casos de evidencialidade reportativa, como era de se esperar nos tipos de textos analisados, muito embora as ocorrências de evidencialidade inferida também tenham sido frequentes. Notou-se, então, como em pesquisa realizada anteriormente sobre os modalizadores, que artigos de opinião e editoriais são gêneros próximos, enquanto que notícias diferem devido à sua característica inerentemente objetiva de fazer-saber. Os evidenciais utilizados, portanto, são responsáveis por diferentes efeitos de sentido que estão de acordo com os objetivos dos enunciadores desses gêneros, de modo que a teoria funcionalista se faz essencial, uma vez que se trata de textos reais, produzidos em situações comunicativas recorrentes no dia-a-dia. Acredita-se que a descrição dos aspectos linguísticos envolvidos na expressão da subjetividade ora analisados colabore para um maior entendimento desse fenômeno, bem como concorra com o aprimoramento das classificações tipológicas dos gêneros do jornal. |