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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Construções binominais qualitativas: uma perspectiva sobre lexicalização
Autor(es): Nuciene Caroline Amphilóphio Fumaux. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 23/11/2024
Palavra-chave Construções Binominais Qualitativas, Construções Binominais Qualitativas, Linguística Funcional Centrada no Uso
Resumo

Esta pesquisa tem como objetivo analisar as construções binominais qualitativas no português brasileiro. As construções em foco são consideradas binominais por apresentarem a forma N1 de N2, como nos exemplos banquetas de bar e banho de mar, e são qualitativas por apresentarem uma relação de especialização. Em banho de mar, por exemplo, mar especifica o tipo de banho. Procuramos identificar as propriedades semântico-pragmáticas das construções binominais qualitativas, distribuí-las em grupos de meso-construções e verificar qual(is) o(s) grupo(s) mais propenso(s) ao nível mais alto de lexicalização. Este trabalho foi realizado de acordo com os pressupostos da Linguística Funcional Centrada no Uso (BYBEE, 2010; BRINTON E TRAUGOTT, 2005; CROFT, 2001; GOLDBERG, 2006; MARTELOTTA, 2011; TRAUGOTT, 2008). Segundo esta teoria, o contexto sempre deve ser observado, pois uma situação comunicativa específica poderá motivar o uso de uma forma linguística por parte de um falante. De acordo com Martelotta (2011), a análise deve englobar dados pragmáticos, semânticos e discursivos e não apenas ficar limitada à observação de aspectos formais. A pesquisa utilizou como corpus o livro de crônicas “Em algum lugar do paraíso”, de Luis Fernando Verissimo. Em termos metodológicos, dividimos os dados da macro-construção binominal qualitativa em conjuntos que possuíssem características em comum, o que acarretou os seguintes grupos de meso-construções: uso metafórico, parte-todo e tipificação. Classificamos os dados em níveis de lexicalização, em uma escala que varia de um nível mais transparente (L1) até o mais idiossincrático (L3), formas estas inanalisáveis. Procuramos, então, identificar se alguma meso-construção estaria mais propensa ao nível mais alto de lexicalização. Ao cruzarmos as meso-constuções com os níveis de lexicalização, percebemos que as meso-construções parte-todo e tipificação possuem a maior parte dos dados no nível L2, porém somente a meso-construção uso metafórico obteve dados no nível mais lexicalizado, o L3. Concluímos que parte-todo e tipificação são mais lexicalizadas; no entanto, as metáforas são mais propensas a um nível maior de lexicalização do que as outras meso-construções. (Apoio: CNPq - Bolsista de Iniciação Científica)