62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Variação linguística no português brasileiro: Luisa Marilac e a fala transexual |
Autor(es): | Maria Teresa de Araujo Mhereb, Michell de Souza Ferreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | variação linguística, variação linguística, gíria |
Resumo |
Partindo das teorias e estudos atuais a respeito da variação linguística no português brasileiro, este trabalho pauta-se na investigação de possíveis variações na linguagem de um membro da comunidade LGBT; especificamente, na análise da fala da transexual Luisa Marilac, conhecida por seus vídeos na internet que tratam do cotidiano da vida gay. O método empregado para compreender as eventuais variações é a comparação entre as transcrições de duas situações bastante distintas de discurso: dois vídeos produzidos em datas e contextos diferentes, cujos objetivos e interlocutores também não se assemelham. No primeiro caso, Luisa filma a si mesma e se dirige a seus pares. O segundo vídeo é constituído por uma entrevista concedida ao programa televisivo “Provocações”, de Antonio Abujamra, cujo público alvo é o letrado. O estudo tem, portanto, como objeto, um único falante, com idade, origem geográfica e condição sócio-econômica específicas. Para análise do corpus, foram realizados levantamentos morfossintático (no que tange à concordância verbal e nominal, ao uso de diminutivos e ao emprego de marcadores conversacionais) e lexical, pontuados durante as aparições nos dois discursos de Marilac. Para interpretação destes levantamentos, o texto abrange também, na parte teórica, além de conceitos em torno da perspectiva variacionista, conceitos sobre gênero sexual e vocabulário gírio. A análise comparativa propriamente dita assume duas frentes: por um lado, faz-se a marcação de diferenças e similaridades entre os dois discursos de Luisa Marilac, de modo a tentar compreender as variações linguísticas de um mesmo sujeito transexual em diferentes situações de fala. Por outro lado, com base nas pesquisas realizadas acerca da comunidade LGBT, procuramos pelas singularidades da fala convencional dos vários grupos que compõem a diversidade de gênero sexual. Trabalhamos, dessa forma, com a variação linguística sob duas frentes interpenetradas: a da variação estilística (determinada pelo contexto de produção do discurso) e da variação social, dada, neste caso, sobretudo pelo gênero sexual, mas também pela escolaridade, idade e condição sócio-econômica do falante. |