62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Imprecisão dos limites entre tradução e adaptação e na identidade negra em reescrituras da obra A Cabana do Pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe |
Autor(es): | Thaís Polegato de Sousa. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | Tradução, Tradução, Negritude |
Resumo |
Tradução e adaptação são consideradas, a despeito de suas muitas semelhanças, práticas distintas. E embora existam exemplos absolutos de cada uma em seu extremo, claramente separadas, na maioria das vezes o que se observa é que as duas coexistem num espaço limítrofe, compartilhando diversos recursos que seriam, tradicionalmente, associados ou com tradução ou com adaptação. Portanto, neste trabalho, pretende-se observar de maneira empírica os limites entre as práticas de tradução e adaptação, de forma a demonstrar que tais limites são construções históricas e culturais que transformam-se e variam num mesmo tempo e espaço, dependentes em maior grau da concepção vigente de tradução e de adaptação do que, como poderia supor-se, de diferenças elementares entre as duas atividades. Além das distinções e semelhanças entre tradução e adaptação, buscamos observar, neste trabalho, se a forma como é apresentada uma reescritura, com um desses dois rótulos, poderia influenciar a apresentação e construção de personagens negras na obra Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe. Para alcançar todos esses objetivos, foi feita uma sólida fundamentação teórica sobre tradução e adaptação, e como elas se relacionam, especialmente com Amorim (2005) e Raw (2012). Também buscou-se compreender a negritude e miscigenação, e como questões raciais afetavam, a ainda afetam, o Brasil e os EUA, especialmente com Magnoli (2009) e Munanga (2004). Em seguida, foi feita uma análise comparativa entre trechos selecionados do livro original em inglês de Stowe e os excertos correspondentes em três de suas reescrituras em português: uma tradução de Nélia Maria Pinheiro Padilha von Tenpski-Silka, datada de 2011, pela Juruá Editora; uma adaptação de Evangelista Prado, datada de 1969, pelo Clube do Livro; e uma adaptação sem indicação de adaptador de 1964, pelas Edições Paulinas. Comparando as quatro obras, busca-se mostrar como fatores históricos e culturais afetam os limites entre tradução e adaptação e a construção de personagens negras. (Apoio: FAPESP – Processo 2013/11899-4) |