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Programação do 62º seminário do GEL


62º SEMINáRIO DO GEL - 2014
Título: Do comer ao ser (a) comida: o movimento dos sentidos no discurso do corpo-alimento
Autor(es): Ludmilla Maria Lino Costa. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024
Palavra-chave Análise de Discurso, Análise de Discurso, Alimento
Resumo

Este trabalho visa analisar discursivamente imagens que se utilizam do alimento como elemento erotizador do corpo feminino. Esta análise é parte da dissertação do programa de Mestrado em Ciências da Linguagem da UNIVÁS, que sob as bases da Análise de Discurso de linha francesa, mais especificamente de Michel Pêcheux e Eni Orlandi, reflete sobre a figura da mulher sensualizada em propagandas de alimentos. Assim, buscando na imagem, mais especificamente na fotografia publicitária, as formas de manifestação do erotismo avista-se discursividade do corpo-alimento. O corpo-discurso, corpo-sentido. A alimentação desde a antiguidade é relacionada ao sexo pelas mais diversas culturas, principalmente nas orientais. Aromas, sabores e formas compõem um rico cardápio que na maioria das vezes é do domínio da mulher. A mulher é a grande feiticeira que manipula os ingredientes na alquimia da conquista. A sedução é feminina. E em autoras como Maria Lúcia Dal Farra, Laura Esquivel e Adélia Padro vemos a arte da mesa e a arte do sexo se unirem para juntas seduzir e gozar. Assim, nas imagens que aqui apresento também vamos à alquimia do labor do alimento como preliminares seduções, feitiços e gozos que passam da mesa à cama. Pensar a memória do alimento enquanto estímulo sexual e que, em um movimento da rede de sentidos, transforma o discurso do corpo em um discurso do corpo-alimento. Tomar o corpo como objeto de estudo permite compreendê-lo como forma material, materialidade histórica investida de sentidos, materialidade que muito significa. Ao analisarmos o corpo na fotografia, somos levados a pensar a condição simbólica do sujeito que produz e que lê essas imagens. O corpo, sendo discurso, não é transparente. É atravessado de discursividades, efeitos de sentido constituídos pelo confronto do simbólico com o político em um processo discursivo que funciona idelogicamente.