62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Encantarias do léxico na poética de Paes Loureiro: uma análise estilístico-lexical de Porantim |
Autor(es): | Raphael Bessa Ferreira, Raphael Bessa Ferreira. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | João de Jesus Paes Loureiro, João de Jesus Paes Loureiro, Estilística Lexical |
Resumo |
Este trabalho propõe-se a discutir alguns elementos relacionados às escolhas estilísticas e lexicais presentes na poesia do escritor paraense João de Jesus Paes Loureiro, mais precisamente nos poemas pertencentes ao livro Porantim, de 1979, coletados nas Obras Reunidas do autor (2001). Assim, os aspectos oriundos ao plano da expressividade, o estilo, bem como dos elementos mórficos e lexicais, serão esmiuçados graças às teorias da Estilística, e da subárea da Estilística Lexical; e da Lexicologia, a ciência do Léxico. Desta feita, para tal empreitada, serão de grande valia os aportes teóricos sobre estilo de pesquisadores como Nilce Sant’Anna Martins e seu livro Introdução à Estilística (1989), e Manoel Rodrigues Lapa com Estilística da Língua Portuguesa (1984); bem como do suporte das teorias de criatividade lexical de Louis Guilbert, La Créativité Lexicale (1975); e também de teóricos da neologia e da lexicologia, como Ieda Maria Alves, Neologismo – Criação Lexical (1989), Maria Aparecida Barbosa, Léxico, Produção e Criatividade: processos de neologismo (1981), e Margarida Basílio, Teoria Lexical (1987). Com isso, averiguar na produção poética de Paes Loureiro as inventividades neológicas, a confluência de uma escrita de estilo amazônida com elementos suprassensíveis do uso de vocábulos locais, intenta ao conteúdo formal e temático da poiesis deste autor uma verdadeira “encantaria” da palavra. Se, conforme Martins (1989), o estilo do escritor reflete o seu mundo interior – a sua vivência –, pode-se compartilhar da ideia de que a linguagem literária de Paes Loureiro apresenta recursos, tais quais o da criação neológica estilística e o uso de vocabulário regionalista (amazônico), que expressam um conjunto afetivo (Bally) irmanado ao homem da região amazônica. Dessa forma, uma minuciosa análise dos poemas “Cântico XXVIII”, “Cântico XXIX” e “Cântico XXX” será aqui mensurada a partir do aportes das teorias estilístico-lexicais vistas acima, uma vez que encontra-se, nessas obras, elementos oriundos da linguagem daquela área geográfica do país (bubuiar, ucuúbas, embiara, borduna, igarapé, igarité, cobra-grande, caaporas, boiunas), e criações neológico-lexicais de efeito estilístico (riohumano, plumaves, avemarinha, poluição-piracema, multirracionais). |