62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Articulação das orações concessivas introduzidas por “mesmo que”: um olhar discursivo-funcional |
Autor(es): | Talita Storti Garcia. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | orações concessivas, orações concessivas, Gramática Discursivo-Funcional |
Resumo |
Este trabalho tem por objetivo analisar a articulação das orações concessivas no português falado introduzidas por “mesmo que” à luz da Gramática Discursivo-Funcional de Hengeveld e Mackenzie (2008). Considerando o desenvolvimento etimológico dos nexos concessivos, König (1994) propõe cinco diferentes grupos de conectivos concessivos, dentre esses, identificamos mesmo que no grupo dos que derivam de expressões usadas originalmente para afirmação enfática frequentemente gramaticalizadas como conectivos concessivos, conforme exemplificado em: (...) ah aquela coisa de criança né? de criança de moleque queria ser macho né? queria bater em todo mundo entã::o né? mesmo que num fizesse nada... eles queriam ser machão queria sempre ser o mais forte (AC-93-NE,26). Os dados indicam que as orações introduzidas por “mesmo que” tendem a se configurar entre dois Conteúdos Proposicionais, camada mais abrangente do Nível Representacional, trata-se de construtos mentais que não podem ser localizados no tempo e no espaço, podendo apenas serem avaliados em termos de sua verdade. No Nível Morfossintático, o input enviado dos Níveis mais altos, o Interpessoal e o Representacional, contém um conjunto de informações lexicais, entre as quais a relação Núcleo-Modificador, que identifica nesse Nível, o processo de Subordinação, na camada da Oração. No domínio morfossintático pode-se reconhecer fatores que refletem a clara integração entre os Níveis, tais como as formas verbais exclusivamente no subjuntivo e a anteposição da oração concessiva com relação à principal. Este estudo revela também que as orações concessivas introduzidas por mesmo que podem ainda ocorrer na forma de um lance na interação, na verdade um Parêntese (JUBRAN, 2006), pois trata-se de uma informação que interrompe o fio discursivo por ser considerada importante pelo Falante, o que configura um Movimento na perspectiva discursivo-funcional. O universo de investigação consiste no Corpus Projeto Português Falado - Variedades Geográficas e Sociais, desenvolvido pelo Centro de Linguística da Universidade de Lisboa – CLUL e no Iboruna, um banco de dados do Projeto ALIP - Amostra Linguística do Interior Paulista. |