62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
---|---|
Título: | O espaço potencial em narrativas orais produzidas por crianças |
Autor(es): | Priscila Peixinho Fiorindo. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | espaço potencial, espaço potencial, imagens |
Resumo |
Considerando a narrativa como a capacidade de conhecer e transmitir o conhecimento do mundo e de si próprio, verificamos que sua existência é imprescindível para o estudo do discurso oral, em que se cultivam valores essenciais para a formação do caráter do indivíduo e do pensamento coletivo. E, visto que o espaço potencial se refere a uma área intermediária entre a fantasia e a realidade, que tem como função de acolher o “era uma vez”, o objetivo, aqui, é mostrar a contribuição das narrativas orais, a partir da leitura de imagens, produzidas por crianças, de 5 anos de idade, de ambos sexos, na expressão da criatividade dos sujeitos em questão. Neste sentido, partimos do pressuposto de que toda criança, no seu processo de desenvolvimento biopsicossocial, necessita de estímulos exteriores para que possa encontrar um significado, mais profundo, para viver; ser capaz de transcender os limites estreitos de uma existência autocentrada e acreditar em si própria. Nesta perspectiva, a criatividade estimulada pelo jogo do “brincar”, contar histórias auxilia na busca das descobertas de si mesmo. Assim, o ato de narrar é uma prática que pertence à cultura e estimula a expressão da ludicidade e da brincadeira, manifestações que encontramos no “espaço potencial”. De acordo com Winnicott (1975), o espaço potencial é o lugar onde o brincar e a criatividade se desenvolvem, permitindo que o indivíduo alcance a independência para engajar-se num intercâmbio significativo com o mundo. Quanto ao método utilizado, as crianças foram solicitadas a fazer um desenho e, posteriormente, a contar uma história sobre o mesmo. Segundo Bitar (2002), a produção linguística, a partir de um referencial visual, evidencia a competência narrativa das crianças, isto é, seus movimentos no espaço discursivo, pois na medida em que é oferecida à criança gravura, ou desenho, ela constrói, através da leitura da imagem, histórias reais e fictícias. Os dados foram gravados em áudio e transcritos com base nas Normas do Projeto NURC/USP, propostas por Preti e Urbano (1990). Os resultados apontam que o passaporte para entrar no “espaço potencial” é a capacidade de poder brincar e imaginar e desta forma é possível recriar a realidade. |