62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | Tremendas trivialidades: o paradoxo como estratégia argumentativa em Chesterton |
Autor(es): | Samuel Cardoso Santana. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | paradoxo, paradoxo, argumentação e retórica |
Resumo |
Os paradoxos são utilizados como figura de linguagem que, através da oposição da perspectiva do leitor com relação ao escrito, causa contradição de forma irônica ou satírica. Eles aparecem em toda a literatura, principalmente na poesia. Porém, na argumentação retórica do escritor inglês Gilbert Keith Chesterton (1874-1936), há uma utilização exaustiva do paradoxo, associado a outras figuras de linguagem e a elementos de retórica, visando convencer o adversário ou os ouvintes e leitores de um debate; de forma que se pode falar em paradoxos chestertonianos como um elemento retórico próprio do autor. Em seu livro Tremendas Trivialidades (Tremendous Trifles), formado por uma série de crônicas que apresentam argumentos contra diversos pensadores da época, nomeados ou implícitos, Chesterton usa largamente os paradoxos, justificando o uso desse corpus para pesquisa, pois, mesmo sendo crônicas, o convencimento é trabalhado de forma eficaz. Através da teoria de análise textual e retórica procura-se demonstrar os princípios da argumentação chestertoniana. Toda a argumentação parte de construções paradoxais que revelam, de forma satírica e irônica, traços de humor que provocam desprezo no leitor com relação ao debatedor. Para o estudo da ironia, utiliza-se Soren Kierkegaard como base. Com Michel Meyer, o páthos provocado pelos paradoxos é analisado. Além disso, serão averiguados outros elementos que configuram o paradoxo, por meio das obras de Chaim Perelmam e Lucie Olbrechts-Tyteca, Heinrich Lausberg, Olivier Reboul e Mário Ferreira dos Santos, os quais abordam as figuras de linguagem que se entremeiam nos paradoxos chestertonianos, tais como: a ironia, a antítese, a metáfora, a alegoria e a metonímia. A metodologia aplicada parte da leitura e da detecção da ocorrência dos paradoxos, seguida de uma análise qualitativa e quantitativa dos mesmos. A partir dessa análise, busca-se uma classificação dos paradoxos quanto à forma e à estrutura, ao objetivo e aos efeitos patéticos. Para avaliar a ocorrência de sofismas nas argumentações, utiliza-se dos estudos de Arthur Schopenhauer e de Aristóteles. |