62º SEMINáRIO DO GEL - 2014 | |
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Título: | A codificação fonológica da oração relativa |
Autor(es): | Aliana Lopes Câmara. In: SEMINÁRIO DO GEL, 62 , 2014, Programação... São Paulo (SP): GEL, 2014. Acesso em: 21/11/2024 |
Palavra-chave | oração relativa, oração relativa, português |
Resumo |
Neste trabalho, propõe-se uma análise prosódica das orações relativas restritivas e não-restritivas no português brasileiro, procurando mostrar que esses dois tipos de relativas são formulados diferentemente, refletindo em diferentes codificações prosódicas. Segundo a Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008), a formulação diz respeito às regras que determinam as representações pragmáticas e semânticas da língua e compreende os níveis Interpessoal e Representacional, respectivamente; enquanto a operação de codificação refere-se às regras que convertem essas representações pragmáticas e semânticas em representações morfossintáticas e fonológicas, compreendendo os níveis Morfossintático e Fonológico, respectivamente. A hipótese é que, diferentemente da relativa restritiva, formulada semanticamente, a oração relativa não-restritiva, formulada pragmaticamente como um Ato Discursivo, prototipicamente possui contorno entoacional próprio, constituindo sozinha uma única Frase Entoacional. Parte-se de uma visão integrada entre a Gramática Discursivo-Funcional (HENGEVELD; MACKENZIE, 2008) e a Fonologia Prosódica (NESPOR; VOGEL, 1986). A aproximação entre o enfoque funcionalista e o gerativo deve-se ao fato de a Gramática Discursivo-Funcional adotar a distinção de domínios prosódicos, organizados hierarquicamente na Gramática, tendo como base a proposta da Fonologia Prosódica. Para a análise da estrutura entoacional, adotam-se alguns pressupostos do modelo autossegmental-métrico da Fonologia Entoacional (LADD, 1998). Inicialmente, foi efetuada uma análise de oitiva de todas as ocorrências do córpus Português Falado para verificar quais elementos prosódicos influenciavam a distinção entre relativa restritiva e não-restritiva no português. A análise de oitiva permitiu a verificação de que a relativa não-restritiva é pronunciada prototipicamente com tessitura mais baixa, velocidade mais rápida e vem entre pausas, tal como um trecho parentético. Para comprovação da análise de oitiva, no tocante à variação de tessitura, foram selecionadas quatro ocorrências de cada tipo e analisadas por meio do programa computacional PRAAT. Dessa forma, foi possível comprovar que a oração não-restritiva constitui uma Frase Entoacional marcada por padrão prosódico específico e por variação da tessitura. |